E o amor não me deixa lhe esquecer.
Desde o dia do triste acontecido,
Sendo um só e vivendo dividido
Sem saber o que quero e o que sou.
Talvez diga: você me abandonou.
E eu já sei o que é que eu vou dizer:
É difícil demais ser e não ser,
É difícil demais eu entender,
Se nem mesmo você sabe explicar.
A razão não me deixa perdoar
E o amor não me deixa lhe esquecer.
Nunca fui, nem sequer, um bom amigo
Tive longe nas horas de perigo
E mais longe dos poucos conselheiros.
Mas chorei, se não só, um dos primeiros,
Vendo a um e a outro padecer.
Se não fiz, eu não fiz por não saber
Nem os meus sentimentos controlar.
A razão não me deixa perdoar
E o amor não me deixa lhe esquecer.
Cada um se achando mais esperto.
Vão dizer que é bom eu tá liberto
E você pra ser livre ter um prazo.
Qualquer dia, no prazo ou com atraso
Nossos olhos pedintes vão se ver.
Talvez falte uma voz para dizer
O que só um olhar pode expressar.
A razão não me deixa perdoar
E o amor não me deixa lhe esquecer.
Foi assim que um dia nós nos vimos,
Foi assim que nós dois nos assumimos,
Parecendo ser uno os nossos jeitos.
Se caminhos surgiram mais estreitos,
Não os pude contigo percorrer.
Se meu corpo não tinhas como ver
Sabe Deus que eu fui sempre teu par.
A razão não me deixa perdoar
E o amor não me deixa lhe esquecer.
Só por ter com o Pai conexão
E diante da falta de razão
Encontrar um lirismo que o completa.
Mas falando pra ti, sei que a meta
Este fraco poeta há de bater.
E o pra frente do jeito que vai ser
Só o júri de Deus pode julgar.
A razão não me deixa perdoar
E o amor não me deixa lhe esquecer.
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