A torre que se erguia
Desafiando as alturas
Lutou para ver se podia
Conservar suas molduras
Mas a base foi ruindo
Aqui acolá caindo
De quando em quando um torrão
E a torre apulso pendendo
Como quem estava escondendo
A sua queda no chão.
Aquela cruz que abria
Seus braços em cima dela
E à noite resplandecia
Com sua luz fina e bela
Era ela na verdade
Quem enfeitava a cidade
Majestosa em sua linha
Era quem dava alegria
Abençoando quem ia
E abraçando quem vinha.
Mas como tudo se dá
E ela já muito pensa
Como a pessoa que está
Ocultando uma doença
Depois de muito rachada
Já tristonha e abalada
Vendo o perigo crescer
Foi tombando foi tombando
Como quem estava ocultando
A queda pra ninguém ver.
Mas já hoje os seus destroços
Estão rolando no chão
Provando todos esforços
Que ela fez, mas foi em vão
Acabou-se a alegria
Daquela luz que fazia
Companhia à solidão
Já hoje não resta nada
Porque foi despedaçada
Nas pedras duras do chão.
Aquela cruz implantada
No topo da torre bela
Já hoje está apagada
Quem olhar não vê mais ela
Quem for de frente e olhar
Não deixa de lastimar
Foi beleza da cidade
Com o seu aspecto lindo
E hoje só está servindo
Pra gente sentir saudade.
Era beleza da rua
De São José do Egito
Hoje olhar a frente sua
Se vê um vácuo esquisito
Não vê mais em sua frente
Aquela torre imponente
Como se fosse um troféu
Na sua arquitetura
Desafiando a altura
Querendo chegar no céu.
Com meio século de vida
Não teve mais resistência
Ficou no chão destruída
Findou a sua existência
Não foi torre de Babel
Mas foi a cópia fiel
Do Padre Sebastião
Que se conserva na mente
Vendo os destroços se sente
Aquela recordação.
Não se ouve mais chamada
Do sino chamando a gente
A torre desmoronada
O sino ficou calado
Lá num recanto encostado
Depois que a torre acabou-se
Como quem está chorando
Lá vivia badalando
Chegou no chão e calou-se.
Mas vamos nos conformar
Dar graças a Deus também
Que fez ela desabar
E não machucar ninguém
Foi muita felicidade
Embora fique a saudade
Sobre o coração do povo
Mas, nunca desanimar
Que se Deus nos ajudar
Levanta-se outra de novo.
Foi a dois do mês de maio
Às sete horas do dia
Que a torre deu um desmaio
E o seu corpo caía
Mas isso tudo passou
O povo se conformou
Resta as saudades no peito
Agora é o povo agir
Que se Jesus consentir
Faz-se outra do mesmo jeito.
se nao me engano foi depois de uma noite intensa de chuvas. Muito bela!!!!
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