Mais a vida continua
Quando criança brinquei
De toca, dono da rua
Pedia bênção aos mais velhos
E até mesmo pra lua.
Era passar na escola
De aprender as piadas
Do palhaço caçarola
E rezar para o vizinho
Nunca rasgar nossa bola.
Em casa era uma pisa
Mãe pagava o cintura
Tirava minha camisa
E o resto não vou contar
Porque sei que não precisa.
E de "Maria florzinha"
Eu me mijava de medo
De ir "sozin" na cozinha
Isso tudo só por conta
De uma tal de "Carochinha".
A primeira comunhão
Me lembro do "catecismo"
Aulas de religião
Tudo isso ensinava
As coisas da salvação.
Valiam mais que dinheiro
Minha coleção de bilas
Pipa em talas de coqueiro
Do pião de goiabeira
E da flecha de marmeleiro.
Nego bom, e mariola
Refresco de framboesa
Em frasco de coca cola
Quando ganhava um trocado
Eu enchia a "rabichola".
Computador, celular
Acabou os orelhões
Máquina de datilografar
Ninguém mais escreve carta
Nem tem tempo pra falar.
Que nem mesmo eu sei falar
"Uatizap", "estagram"
Para se comunicar
Com tanta inovação
O que mais falta chegar.
Que veio para o Brasil
Agora "Baleia Azul"
Uma febre infantil
Pra terminar o diálogo
"VÃO PRA PUTA QUE PARIU".
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