Nem sempre só a doçura,
Nem só anjos de candura.
Nossas essências, olores,
Vêm das lutas, dos suores,
Emanam do nosso ser,
Planta inteira a florescer:
Raiz, caule, folha, espinho,
Flores, pólen nos caminhos
Pra vida resplandecer.
Zínia, sempre radiante;
Madressilva, toda infante;
Jasmim, graça que se quer,
Sonhos pra quem bem quiser;
Rosa vermelha é paixão;
Cravo roxo, a solidão;
Flor do campo, equilíbrio;
Nenúfar, o desprezo frio;
Papoula, falsa emoção.
Mulher, semente madura,
Fruto que alimenta e cura,
Sombra à beira do caminho;
Erva doce com carinho,
Mistérios de um jardim;
Açucena, alecrim;
Flor branca da laranjeira,
Amor de flor, cerejeira;
Dália, lírio e jasmim.
Mulher, Brinco-de-Princesa;
Camélia, grande beleza,
Seiva bruta que traz cor;
Gardênia lembrando o amor;
Amarílis, na altivez;
Áster, luz que já se fez;
Bromélia, na inspiração;
Cravo: desdém, rejeição;
Amor-perfeito quer vez.
Girassol, felicidade,
Representa a lealdade.
Copo-de-leite, eu te fito,
Pureza e paz, tá escrito
“Bela Donna” ou flor-de-lis,
Tão linda, tão infeliz!
Dália, reconhecimento;
Gerânio, só sentimento;
Flor do campo, eu sempre quis.
Somos rosas ou espinhos
Espalhados nos caminhos;
Flor noturna enfeita a tela,
Passageira na aquarela,
Quando murcha é esquecida
No grande jardim da vida,
E assim, nessa primavera,
Esperamos nova era
Pra mulher ser mais florida.
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