Ao formoso passarinho
Que constrói todo o seu ninho
Arquitetando em maestria?
Se o rato da mataria,
Decidir por lhe atacar,
Não pode se equilibrar
Na galha enquanto balança,
É que até de segurança
Entende ao edificar.
Tira o nível da galha...
E para não haver falha,
Visa de onde o vento vem.
Dos gravetos que ele tem,
O primeiro é o desafio
E sem prego, cola, fio...
Deixa o cipó flutuando
Igual canoa navegando
Na correnteza do rio.
Que surge na construção,
Depõe sobre um artesão
De inspiração faceira.
Se há galho de espinheira,
O espinho fica pra fora,
Para que a sua ave senhora
Não pressinta de perigo.
Assim, levanta seu abrigo
No apreço de quem namora.
No balançar do arvoredo.
E ainda existe mais segredo
No que diz revestimento:
Para se aquecer do vento,
Ele o forra com palha e pena
E protege qualquer cena
No grau de privacidade.
Pois no verão em claridade,
A insolação fica amena.
Quando começa a cantar,
Com seu topete a inflar,
Ferrugem no corpo inteiro.
Com íris igual braseiro,
Em amarelo dourado,
Ver na mata o seu reinado;
Faz do canto a redenção,
Mostrando que no sertão,
Tem um mundo encantado.
Perpetuando sua genética,
De maneira mais frenética
Outra construção enfrenta.
Ninho velho, ele aposenta,
Motivando-o trabalhar.
Começa o seu novo lar,
Em resposta a natureza:
Esse sinônimo de beleza
Que vejo em todo lugar.
Triunfo – PE, 12 de outubro de 2016.
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