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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Poesia: "Só defende a caatinga quem se sente Parte dela ou reside no Sertão", um poema de João Filho

Para quem ama o sertão, aí vão os versos do sempre inspirado poeta João Filho, sobrinho do grande repentista Zezé Lulu , de São José do Egito/PE.
SÓ DEFENDE A CAATINGA QUEM SE SENTE
PARTE DELA OU RESIDE NO SERTÃO
Só defende a caatinga de verdade
Quem conhece facheiro ou xiquexique
Quem já fez uma cerca pau-a-pique
Tão comum em qualquer propriedade
Quem com oito ou dez anos de idade
Já fez festa em apanha de algodão
Limpou mato, plantou milho e feijão
Colocando os dois pés na terra quente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga quem já viu
Um preá descansando num limpeiro
Um cachorro correndo atrás do cheiro
Da raposa ladina que fugiu
A tristeza do gado que mugiu
Encontrando a cacimba com rachão
Sem um pingo de água no porão
Pra salvar uma rês que cai doente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga quem viu nela
Marmeleiro tremendo ao meio-dia
E um vaqueiro ajudando a vacaria
A passar na largura da cancela
Uma moça mexendo na panela
Preparando a segunda refeição
Dez galinhas ciscando no oitão
Uns três gatos dormindo no batente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga quem escuta
No inverno a chuvinha no telhado
Camponês que às seis vai pro roçado
Começar mais um dia de labuta
A mulher com seu traje de matuta
Segurando uma lata em cada mão
Entoando um forró, xote ou baião
Aparando água limpa na corrente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga, o sertanejo
Que almoça feijão com rapadura
Pra depois misturar manga madura
Que um pássaro deixou como sobejo
Que adora xerém, coalhada e queijo
Mungunzá, jerimum, ovo e pirão
A galinha, guiné, galo e capão
Um manjar do Sertão, terra da gente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga que viveu
Com orgulho de ser da sua terra
Procurando mocó no pé de serra
Sem saber onde o bicho se escondeu
Quem escuta a cantiga do sofreu
E a garganta afinada do carão
Suplicando ao Céu com inspiração
A chegada da chuva novamente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga com amor
Quem chorou de saudade ao fim do dia
Escutando a divina melodia
Das casacas de couro ao sol-se-pôr
Um canário que expulsa a sua dor
Soluçando por trás duma prisão
Vendo a flor se abrindo no botão
Numa prova que Deus está presente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende esse solo abençoado
Quem viveu na paisagem ressequida
Produzindo, com fé, o pão da vida
Na poeira dum chão tão castigado
Vendo o milho morrendo apendoado
Sem poder suportar a sequidão
E a boneca entre a folha e o pendão
Se escondendo do sol incandescente
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Só defende a caatinga quem é forte
Quem respeita o poder da natureza
Afirmando haver chuva com certeza
Vendo a lua pendida para o norte
O Sertão eu defendo até a morte
Por ser filho da mesma região
Paraíso onde ouvi Louro e Cancão
Era um rei na caneta, outro em repente 
Só defende a caatinga quem se sente
Parte dela ou reside no Sertão
Poeta João Filho
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Fonte: Facebook de Paulo Passos

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