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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Poesia: "A Natureza", uma obra prima de Ivanildo Vilanova


A NATUREZA

É o céu uma abóbada aureolada,
Rodeada de gases venenosos,
Radiantes planetas luminosos
Gravidade na cósmica camada!
Galáxia também hidrogenada,
Como é lindo o espaço azul-turquesa
E o sol, fulgurante tocha acesa,
Flamejando sem pausa e sem escala!
Quem de nós pensaria em apagá-la?
Só o Santo Autor da Natureza!

De tais obras, o homem e a mulher
São antigos e ricos patrimônios.
Geram corpos em forma de hormônios,
E criam seres sem dúvida sequer.
O homem, após esse mister,
Perpetua a espécie, com certeza.
A mulher carinhosa e indefesa
Dá à luz uma vida, novo brilho,
Nove meses, no ventre, aloja o filho,
Pelo Santo Poder da Natureza!

O peixe é bastante diferente:
Ninguém pode entender como é seu gênio!
Ele reserva porções de oxigênio
E mutações para o meio ambiente!
Tem mais cartilagem resistente
Habitando na orla ou profundeza,
Devora outros peixes pra despesa
Tem a época do acasalamento
Revestido de escamas, esse elemento,
Com a força da Santa Natureza!

O poraquê ou o peixe elétrico, é um tipo genuíno,
Habitante dos rios e águas pretas,
E com ele possui certas plaquetas
Que o dotam de um mecanismo fino!
E com tal cartilagem,  esse ladino
Faz contato com muita ligeireza,
E quem tocá-lo padece de surpresa
Descarga mortífera, absoluta,
Sua alta voltagem eletrocuta,
Com os fios… da santa Natureza!

A tartaruga é gostosa, feia e mansa,
Habitante dos rios e oceanos!
Chegar aos quatrocentos anos
Pra ela é rotina… é confiança!
Guarda ovos na areia e nem se cansa
De por eles zelar como defesa.
Nascido os filhotes, com presteza,
Nas águas revoltas já se jogam,
Por instinto da raça não se afogam
E também pelo Poder da Natureza!

O canário é pássaro cantor,
Diferente de garça e pelicano.
Papagaio, arara e tucano,
Todos eles com majestosa cor!
O gavião é um tipo caçador
E columbiforme é a burguesa,
O aquático falmingo é, da represa,
A ave, a rapace agigantada,
Eis o mundo das aves, a passarada
Quanto é grande, poderosa e bela, a Natureza!

A gazela, o antílope e o impala
A zebra e o alce, felizardo,
Não habitam em comum com o leopardo,
O leão e o tigre-de-bengala!
O macaco faz tudo mas não fala,
Por acaso da espécie, por franqueza,
Tem o búfalo aspecto de grandeza,
O boi manso e o puma tão valente,
Cada um de uma espécie diferente
Isso é coisa também da Natureza!

E acho também interessante
O réptil de aspecto esquisito
O pequeno tamanho de um mosquito,
A tromba prênsil do elefante
A saliva incolor do ruminante
A mosca nociva e indefesa
A cobra que ataca de surpresa
Aplicar o veneno é seu mister:
De uma vez mata trinta, se puder
Mas é coisa também da Santa Natureza!

No Nordeste há quem diga que o carão
Possui certos poderes encantados
E, que, através de fenômenos variados,
Prevê a mudança de estação.
De fato, no auge do verão,
Ele entoa seu cântico de tristeza
E, de repente, um milagre, uma surpresa:
Cai a chuva benéfica e divina!
Quem lhe diz, quem lhe mostra, e quem lhe ensina?
É somente o Autor da Natureza!

Quem é que não sabe que o morcego
Com o rato bastante se parece?
Nas cavernas escuras sobe e desce
Sugar sangue dos outros é seu emprego!
Às noites escuras tem apego,
Asqueroso ele é, tenho certeza.
Tem na vista sintoma de fraqueza
Porém, o seu ouvido é muito fino:
Também tem um sonar, aparelho pequenino,
Que lhe deu o Autor da Natureza!

Admiro a formiga pequenina,
Figadal inimiga da lavoura.
No trabalho, aplicada professora,
Um exemplo de pura disciplina!
Através das antenas se combina
Nos celeiros alheios faz limpeza.
Formigueiro é a sua fortaleza
Onde cada uma delas tem emprego,
Uma entra, outra sai, não tem sossego
Quanto é grande e bonita a Natureza!

E a aranha pequena, tão arguta,
De finíssimos fios faz a teia
Nesse mundo almoça, janta e ceia
É ali que passeia, vive e luta!
Labirinto intrincado ela executa
Seu trabalho é bordado em qualquer mesa.
Quem pensar destruir-lhe a fortaleza
Perderá de uma vez toda a esperança,
Sua rede é autêntica segurança
Operária das Mãos da Natureza!

A planta firmada no junquilho:
Begônia, tulipa, margarida,
As pedras riquíssimas da jazida
Com a cor, o valor, a luz, o brilho.
A prata e o ouro cor de milho,
O brilhante, a opala e a turquesa
A pérola das jóias da princesa
É difícil, valiosíssima e até
Alguém pensa ser vidro, mas não é:
É um milagre da Santa Natureza!

O inseto do sono tsé-tsé
As flores gentis, com seus narcóticos,
As ervas que dão antibióticos,
A mudança constante da maré!
A feiúra real do caburé,
No pavão é enorme a boniteza,
Tem o lince visão e a agudeza
E o cachorro, finíssima audição!
Vigilante mal pago do patrão,
Isso é coisa da Natureza!

A cigarra cantante dialoga
Através do seu canto intermitente.
De inverno a verão canta contente
E a sua canção não sai de voga!
Qualquer árvore é a sua sinagoga
Não procura comida pra despesa
Sua música é sinônimo de tristeza
“Patativa da Seca” é o seu nome
Se deixar de cantar morre de fome
Mas a gente sabe que é da Natureza!…

Ivanildo Vilanova


Poesia musicada e interpretada por Xangai no CD “Mutirão da Vida”.


CANTIGAS E CANTOS

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