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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Poesia: O improviso de Ivanildo Vilanova e Geraldo Amâncio


*Ivanildo Vila Nova e **Geraldo Amâncio

Quando canto vejo a negra
Claridade do luar
Vendo a flor colhendo beijos
Dos lábios frios do ar
E a praia enfeitando os fios
Do lençol verde do mar*

Sinto a aurora brotar
No formato de miragem
Em cada curva da estrada
Há um leque de paisagem
Abanando as tranças verde
Dos cabelos da folhagem**

Dançando eu vi a imagem
Do filme de Deus coloca
Onde o sol por generoso
Cria, aquece dia, e foca (*)
É quem dá tudo de si
E nada recebe em troca*

Quando o maio se coloca
É mais bonito o sertão
A floresta se ornamenta
De rosa, flor e botão
E as flores brancas à noite
Parece estrelas no chão**

O sopro da viração
Deixa impressão de perfume
Os últimos raios da tarde
Pincelam cristas do cume
Entregam crepúsculo negro
Aos faróis do vaga-lume*

Há espirais de perfume
Na mãos cálidas do mormaço
As nuvens do firmamento
Se desmanchando em pedaço
Parece um leque de bruma
Na concha azul do espaço**

Terra que assiste o cansaço
Do passo do retirante
Quando as rajadas cruéis
De uma seca horripilante
Tange a poeira dos rastros
Do camponês emigrante*

Pingo de orvalho brilhante
Na floresta da masquina
O pirilampo, um arcanjo
Da lanterna bentilina
A água cristal eterno
Na galeria divina**

Seguir de Deus a doutrina
É dever da criatura
Semeia grãos de virtude
E aguarda a safra segura
Plantando a semente boa
E colhe a espiga madura*

Respeito as leis da altura
Na torre do esquecimento (*)
Viajo o barco dos anos
Com o seu carregamento
Pedras que são extraídas
Nas minas do sentimento**

E a voz do pensamento
Transforma o sonho em cadência
Cantando o lírio dos campos
Dos frutos, a culta essência
A substância abstrata
Nos sonhos da inocência*

Onde não foi a ciência
Onde ficou a bonança
A viola é o piano
Que toco desde criança
Sonorizando saudade
Nos teclados da lembrança**

Nos planos que a rima alcança
Tendo a vida por irmã
De noite ilusão perdida
De dia esperança vã
Castelos de pedra hoje
Sonhos de areia amanhã*

Na neve da cor de lã
Na minha ilusão de infante
Há um castelo de estrela
Nas barras do meu levante
Que não brilharam até hoje
Brilharão daqui por diante**

Vou voando a todo instante
Para alcançar outro império
As formas de um mundo novo
As luzes de outro hemisfério
Rompendo a marca invisível
Desse profundo mistério*

Por ter notas de saltério
O improviso é um santo
Na vida corta as fronteiras
Em sonhos cresce outro tanto
Se transporta sem andar
E voa sem sair do canto**

Como um rugido de espanto
Do tiro da belonave
O fogo apartando a nuvem
O eco espantando a ave
Rompendo o sossego aéreo
Do infinito suave*

Deus a ninguém deu a chave
Desse edifício perfeito
Mar gigante, terra enorme
Céu infindo, bosque estreito
Fez tudo e não veio ainda
Dizer porque tinha feito**

Do rio estuário e leito
Da fruta o tempo e a vez
Ano longo dia curto
Semana, estação e mês
Ele fez tudo mas pode
Desfazer tudo o que fez*

Manda em tudo o rei dos reis
No raio que do céu desce
Tempestade de desaba
Terremoto que estremece
Em tudo está sua mão
E o homem não reconhece. **

*Ivanildo Vila Nova e **Geraldo Amâncio.

- Quando canto vejo a negra* (Ivanildo cantou assim)
 - Na dor do esquecimento (Geraldo cantou assim).
- Sonhos de areia amanhã (Contribuição Grupo Epokhé pela intelecção, valeu!)
- Cria, aquece dia, e foca (Conforme entendi, com minhas dúvidas.)


Fonte: Decanto de Poetas

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