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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 19 de junho de 2016

A poesia de Arnaldo Pessoa, poeta repentista


Arnaldo Pessoa Leite, nasceu à 12 de agosto de 1966, no Sítio Borges, São José do Egito. Filho de Abel Alves Leite e Maria Antônia Pessoa. A partir dos quinze anos começou a se interessar pela cantoria e a participar de festivais, tendo a natureza como sua “mestra poética”. Afirma que a essência de uma poesia aparece como um sonho, tal qual a natureza. Confirmamos isso em uma das suas primeiras poesias, a qual marcou muito a sua vida e fala da  natureza humana, no que diz respeito ao aborto:

“Sei que a mãe de família que anula
Com remédio o crescer do embrião
Ela toma na veia uma injeção
No seu corpo todinho ela circula
Com três meses depois calcula
Que não pode voltar a ser o que era
Era cristão mas virou fera
Que matou seu filho envenenado
Gerar filhos pra Deus não é pecado
Pecado é matar depois que gera.”

Seu trabalho poético tem retorno financeiro. Sobrevive de cantorias. Já participou de vários concursos e foi premiado, sentindo-se muito feliz quando sua poesia é divulgada. Na sua opinião,  São José do Egito deve a honra de ser capital da poesia a Antônio Marinho, Lourival Batista, Job Patriota, Zé Catota, Cancão , Zezé Lulu e aos próprios Egipcienses que tem a poesia nas veias e, acredita que o maior poeta da atualidade é Ivanildo Vilanova.
Falando sobre a divulgação de nossa poesia ressalta a necessidade de mais eventos. Sobre o apoio da sociedade, fala que está bom, mesmo porque é impossível  não ter apoio quando em cada esquina da cidade há um cantador, um poeta...

São versos de Arnaldo Pessoa no Mote:
“Vi na tela do filme do passado
O retrato da  minha mocidade”

Deste filme eu não gosto só porque
Vivo assistindo a cada instante
Não é filme que tem na bandeirante
Nem na globo e nem no SBT
É um filme pra mim e pra você
Assistir e ficar contra a vontade
Que só passa capítulos de saudade
E o autor é tempo revoltado
Vi na tela do filme do passado
O retrato da  minha mocidade.

Fui herdeiro d muita boniteza
Quando lembro de tudo é com desgosto
Que as rugas vieram pra meu rosto
Pra matar de uma vez minha beleza
Hoje posso chorar sentir tristeza
Do que fui hoje não sou mais a metade
Com mulheres não tenho liberdade
Se paquero com uma é por recado.
Vi na tela do filme do passado
O retrato da  minha mocidade.

Neste jogo da vida joguei,
Até mesmo a camisa pegou fogo.
Corri tanto mais tanto neste jogo,
Que no meio do estádio me cansei.
Os minutos passaram e eu fiquei,
Que o tempo botou velocidade
O juiz que apitou foi a idade e
Neste jogo fui o derrotado.
Vi na tela do filme do passado
O retrato da  minha mocidade.

Ontem fui uma rosa perfumada
Hoje sou uma flor sem ter perfume.
Antes fui uma planta de legume,
Hoje sou uma planta sem dar nada
Antes era carreta de estrada,
Hoje sou fusca sem ter  velocidade
Já fui rápido igualmente a tempestade,
Hoje parei por saber que estou cansado.
Vi na tela do filme do passado
O retrato da minha mocidade.

Quando eu era criança eu na Sabia
Eu iria seguindo para o abismo
Que iria encontrar o reumatismo,
Que a tristeza matava a alegria,
Que a matéria perdia a energia,
Que o cabelo mudava a qualidade,
Que pra sexo ficava sem vontade,
Que eu iria ficar aposentado.
Vi na tela do filme do passado
O retrato da minha mocidade

Arnaldo Pessoa
20/09/1996

Biografia e poesias retiradas do livro: “Antologia dos Poetas Egipcienses”
Escola Oliveira Lima.

CANTIGAS E CANTO

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