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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 7 de maio de 2016

Poesia: "Porteira velha se abrindo Faz meia lua no chão", um poema de Aluísio Lopes





"PORTEIRA VELHA SE ABRINDO
FAZ MEIA LUA NO CHÃO"

Um pro sul, outro pro norte
Um arenoso o outro barro
Que dá passagem pra carro
E ao peregrino sem sorte
Numa direção o corte
Na outra o grotilhão
Lá no fim o casarão
Dois trajetos se fundindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Passagem de retirantes
Da boiada da fazenda
Nesta passagem tem lenda
De fugas de alguns amantes
Ali tocaram rompantes
Na pega de barbatão
Foi tanto afago de mão
Seu canto rouco rangindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão.

Um vem abre em cortesia
O outro para e conversa
Mesmo que cheios de pressa
O portal tem freguesia
É feito o que se fazia
Ainda aqui no sertão
Passam ‘tramela’ ou cambão
Depois se despedem rindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Solitária, um som produz
De longe se escuta o baque
Num ritmado ataque
Quando o breu engole a luz
A noite manda um capuz
De negrume veste o chão
A porteira toca, então!
Um réquiem vai-se ouvindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Quando a peça de madeira
Pelo tempo se desgasta
Uma ponta se arrasta
Um traço, traça certeira
Não é uma lua inteira
Mas meia, com precisão
Não há quem faça com a mão
Um arco perfeito, lindo!
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão.

Antes, cor avermelhada
Visível acabamento
Bem posta no assentamento
Boa madeira talhada
Mais a noite orvalhada
Longos dias de verão
Deram – lhe outra feição
Cor cinza, fenda surgindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

O seu cheiro foi mudado
Do cheiro de antigamente
Parafusado dormente
Muito bem parafusado
Seu cheiro é cheiro de gado
Ou mesmo suor de mão
De cada lado um mourão
Todos três num tempo findo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Glosas: Aluísio Lopes
Mote de Autor desconhecido


CANTIGAS E CANTOS

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