Fabiana Lúcia do
Prado Sidaury é natural de São José do Egito –PE. Alto Sertão do Pajeú, nascida
em 10 de outubro de 1970. Filha de Wandelson Barbosa Lopes, falecido em 1988,
homenageado, colocaram o seu nome no Ginásio de Esportes “Wandelson Barbosa Lopes”,
e de Rosa do Prado Lopes, falecida em 31 de dezembro de 2005. Também
homenageada pela sociedade, onde a sede da Secretaria de Educação recebeu seu
nome “Rosa do Prado Lopes”. É neta de um dos maiores repentistas do Pajeú José
Lopes Neto (Zé Catota), já falecido, que ficou conhecido popularmente como o
último pilar do edifício de uma geração de grandes cantadores, uma
cachoeira de onde jorrava grandes poesias, todas de improviso.
É formada em letras,
pós-graduada em língua, linguística e literatura, professora de língua
portuguesa da Rede Estadual, leciona e é coordenadora de apóio na Escola Édson
Simões, foi Secretária Municipal de Assistência Social, cursou liturgia
em Canindé-CE. Tem duas filhas: Mayara Karen do Prado e Petrúcia Fabiane do
Prado. É esposa de Danilo Sidaury, bacharel em direito e executivo do
grupo Neo-energia.
Teve suas primeiras
inspirações poéticas, ainda na adolescência, mas veio mesmo a florescer na
maturidade, quando atingiu o processo de amadurecimento intelectual, considera
como sua maior virtude o amor que sente pelas pessoas, pela família e,
principalmente, pelos irmãos: Maria Madalena, Kalina Lígia, Laura do Prado,
Willan do Prado e Raul Wagner.
Por
Fabiana Prado
Fabiana minha neta
É em português formada
Em São José do Egito
É poetisa afamada
No fim da ramagem velha
Tem uma flor perfumada
(Zé Catota)
Conversando com avô Zé
Catota e o mesmo declamou uma estrofe de Zé Soares, afirmando ser difícil
de outras pessoas conseguirem pagar tal estrofe por conta do trocadilho.
Ela não diz o que fiz
Eu não digo o que ela fez
Nós fizemos de uma vez
Eu não digo, ela não diz
Ela até hoje não quis
Dá ao povo a perceber
Eu também não vou dizer
O que se passou comigo
Ela não diz, eu não digo
Quem é que pode saber?
(Zé Soares)
Mesmo sabendo que era
difícil de chegar perto das poesias de tal poeta, tentou alegrar o avô com essa
estrofe no mesmo sentido.
Não conte nada a ninguém
Fique comigo calado
Escute tudo ao meu lado
Que juro te querer bem
Eu faço o mesmo também
Eu garanto não dizer
Envolva-me no prazer
Que faço o mesmo contigo
Você não diz e eu não
digo
Quem é que pode saber?
Mote:
Comparei
o teu rosto com um poema
Pra
mais nunca sentir tanta saudade.
A distância aumenta o meu
desejo
E contigo jamais eu
ficarei
Mesmo sem quebrar o que
jurei
Quanto mais fecho os
olhos mais te vejo
E ao ouvir-te, eu sempre
te cortejo
Como sendo sublime
divindade
Mas preciso fugir isso é
verdade
Na certeza fatal do nosso
esquema
Comparei
o teu rosto com um poema
Pra
mais nunca sentir tanta saudade.
Contemplar-te na vida,
não me cansa
Se tentar, jamais posso
te esquecer
Porque vejo o amor em mim
crescer
Por mais que o outro
tente não te alcança
Devolveste minha grande
esperança
Que um dia me roubaram
com maldade
Mas em ti encontrei
felicidade
Que pois fim no conflito
do dilema
Comparei
o teu rosto com um poema
Pra
mais nunca sentir tanta saudade.
Inspirada em uma poesia
de Donzílio Luiz, Fez essas duas estrofes:
Tu não sabes o tempo que
te espero
Não entendes o tanto que
te amo
Muitas vezes sonhando
ainda te chamo
É por isso que eu sempre
te venero
Com finezas de amor
considero
És a causa das minhas desventuras
Não me lembro de outras
criaturas
Não me envias bilhetes
telegramas
E tu
que dizes que tanto me amas
Tens o
remédio, porém não me curas
Tu és minha razão mais
predileta
Nunca pude
esquecer-te um só segundo
És a única pessoa neste
mundo
Que me torna feliz e mais
completa
Como os sonhos
brilhantes de um poeta
Nos seus versos vividos
de aventuras
Pois nos beijos das bocas
que procuras
Minha boca difere de
outras damas
E tu
que dizes que tanto me amas
Tens o
remédio, porém não me curas
No mote do José Adalberto
Como é bom se contar com
professor
No momento em que posso
precisar
Eu procuro e não sei como
explicar
Como é grande a pessoa e
o seu valor
Foi você que ensinou-me
com amor
Sem você nada disso eu
saberia
É meu mestre vovô e
eterno guia
Meu velhinho, meu anjo,
meu catôta
Quem me
dera ser dona de uma gota
Do
perfume de sua poesia.
Fabiana Prado
Cantigas
e Cantos
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