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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 24 de abril de 2016

A poesia de João Luís dos Passos Gomes "João Filho", poeta Egipciense

João Luis dos Passos Gomes, nasceu aos 20 de outubro de 1955 em São José do Egito-PE, filho de João Lulu Gomes e Inácia Gomes dos Passos, Até aos dez anos de idade morou no
Sítio Serrinha, município de sua cidade natal, onde fez o primário orientado por sua mãe em casa, em 1965 passou a residir na cidade onde fez o ginásio e o científico no Colégio Estadual Édson Simões.
A poesia entrou na sua vida desde a infância, quando ouvia cantoria no Sítio Serrinha. Não teve mestre poético – Poesia não se ensina – diz ele. Aprendeu apenas pontos fundamentais de como rimar, fazer e etc.; Sua primeira poesia foi intitulada CREPÚSCULO. É descendente de uma família de poetas como Zezé Lulu, Pedro Lulu, João Lulu (Pai), José Pequeno, José Gomes dos Passos e outros.
 Sua poesias são de um lirismo e de uma  espontaneidade que ganham forma em sintonia com elementos da natureza.
No seu ver, para nossa poesia e nossos poetas serem mais prestigiados é preciso encarar a poesia como a expressão maior da cultura Egipciense, para que possa ser vivenciada de forma natural, frequente e verdadeira, a fazer parte de tudo, de todas as festividades, sobretudo se vivida e sentida pelo povo.


VAZIO EXISTENCIAL

Estou sozinho num bar, sinto o vazio
Da ausência infeliz que me atormenta
A minh’alma, sozinha sente o frio
Da saudade imortal, fria e cinzenta

Minha vida tão só virou um rio
Logo após a borrasca violenta
Cujas águas fazendo corrupio
Vão seguindo pra o mar, de forma lenta

Como é triste sentir a solidão
Qual punhal a ferir o coração
Vai rasgando o meu peito com vontade

E nos últimos instantes da esperança
Sou jogado nas águas da lembrança
Com destino aos mares da saudade.


VISÃO NOTURNA

Entre os sonhos que cruzam a solidão
Há milhões de mistérios incontáveis
Passamentos de dores imutáveis
Que segregam suspiros de ilusão
Como fendas partidas sobre o chão
Pássaros lindos num ninho bem forrado
A infância no berço mais sagrado
Talvez conte milagres de existência
Que se jogam nos lábios da inocência
Como flores perdidas do passado.

O luar mais bonito e cor de prata
Que derrama espumas pelo chão
Enfeitando as belezas do sertão
Atirando segredos sobre a mata
Violão, o senhor da serenata
Se partindo em suaves melodias
Mensageiros de doces poesias
Acordando os viventes do mistério
O seu som vai chorar no cemitério
Sobre os ossos que dorme em tumbas frias.

A saudade no bico das perdizes
Solta as asas no véu das madrugadas
Visitando o silêncio das moradas
É visão no olhar dos infelizes
Em chalés poeirentos, meretrizes
Se levantam das camas desforradas
Aplicando paixões desenfreadas
Sofrem iras satânicas sem razão
Palmilhando o caminho da perdição
Sem contar suas lágrimas derramadas.

Se houve o grito esquisito da acauã
O rangido dolente de um touro
E a coruja fazendo o seu agouro
Acordando o viver da noite vã
Mil cantigas de pássaros na manhã
São sinais de um dia sedutor
Ressonando na cama do amor
O segredo da vida se apavora
Lhe chamando uma voz chegou a hora
De deixar solitário o pecador.

O sorriso da lua vai roçando
Este mundo, sutil e cauteloso
Como se estivesse temeroso
De seguir pelo mundo caminhando
O poeta que fica observando
Esse quadro infinito de beleza
Ele tem no verso uma certeza
Todos são por Jesus abençoado
Vê, estático, o luar dos namorados
Enfeitando o jardim da natureza.

Nessa hora se lançam beija-flores
Muitas flores bonitas vão beijando
Vão sentindo o perfume e delirando
No desmaio da lua entre as flores
Os astros são vates sonhadores
Que exalam seus versos na amplidão
E derramam miragem pelo chão
Espelhando o perfil de seus amores
Vagalumes felizes e cantores
Que Semeiam doçuras de ilusão.

João Luís dos Passos Gomes (João Filho)
Recife – outubro de 1983

Poesias e parte do texto extraído do Livro "Antologia dos poetas Egipcienses".
- Escola Oliveira Lima -

CANTIGAS E CANTOS

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