Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
SÃO JOÃO: Caju e Castanha temem pelo futuro da embolada
Dupla lança disco no Recife e fecham virada cultural paulistana
Caju & Castanha
divulgação
“Se fosse hoje a gente nem tinha começado, por
falta de espaço pro embolador”. A conjectura é feita por José Roberto da Silva,
mais conhecido como Castanha. Com o irmão José Albertino da Silva, Caju, ele
formou uma dupla de emboladores que se distinguiu, entre os muitos que
batalhavam no Recife, pela idade. Começaram crianças, em pandeiros adaptados de
latas de goiabada. Incluídos no premiado documentário Nordeste: Cordel,
Repente, Canção, de Tânia Quaresma (1978), os garotos tornaram-se conhecidos
nacionalmente, passaram a receber convites para participar de programas na TV
no Rio e São Paulo. Passados 43 anos, Castanha está no Recife divulgando o 26º
disco da dupla Caju & Castanha, com 40 anos de estrada, e há 14 anos, sem
Caju, falecido em 2001, substituído pelo sobrinho Ricardo Alves da Silva.
Inicialmente chamado de Cajuzinho, Ricardo perdeu o diminutivo no nome
artístico, e é conhecido também como Caju.
Castanha ressalta a embolada como
gênero em extinção, que não tem se renovado, com a morte ou aposentadoria de
alguns dos mais habilidosos, feito os lendários Rouxinol, Pinto, Oliveira e
Beija-Flor: “Não tem mais praça, feira, não se pode cantar em ônibus, Uns
pararam e passaram para a cantoria de viola. Tem alguns que se mudaram para São
Paulo. Espero que surjam novos artistas para dar continuidade à embolada.
Quando a gente começou a embolada não era nada. Ninguém dava valor”.
Indagado
se a dupla vai bem, Castanha responde: “Mais do que merecemos”. Para quem foi
para a rua com sete anos de idade para contribuir com o sustento da família,
ele esta bem. Mantêm programas diários em duas emissoras paulistas, na Rádio
Capital e na Ótima FM, nesta última transmitidos para grandes cidades do
interior, como Ribeirão Preto e São José dos Campos. Programas pré-gravados,
pois a dupla tem agenda constantemente ocupada.
Fazem
apresentações por todo os País, com eventuais idas ao exterior. Os risonhos
emboladores riem de si mesmos, quando lembram de micos passados em viagens à
Europa ou EUA: “A gente não fala nada da língua deles. Fomos a Los Angeles, pro
Grammy Latino, que a gente foi indicado. Aquele hotel cinco estrelas, nós dois
no restaurante, e eu chamando o garçom. Era ‘amigo, amigo’, e ele nada. Parecia
que era meu inimigo. Até que enfim ele trouxe o cardápio. Tudo em inglês. Falei
o nome de umas comidas, feijão, feijoada e nada. Aí a gente desistiu e começou
a olhar o cardápio, só tinha uma palavra que dava pra entender: bacon. Os
bacons de lá são uns pedações deste tamanho. O tempo que a gente tava lá só
pedia bacon”. O cardápio reduzido aconteceu também na Inglaterra, onde passaram
alguns dias numa dieta de pão e sardinha em lata.
Formados na
universidade da vida, para eles é muito mais do que frase de para-choque de
caminhão. A primeira vez em que viajaram de avião, para fazer o programa Sílvio
Santos, recusaram o generoso serviço de bordo da antiga Varig porque achavam
que fosse pago: “Foi um brincadeira que um cara fez com a gente. Disse que se a
aeromoça oferecesse comida e bebida a gente não aceitasse porque era pago e
custava caro. A gente foi até São Paulo morrendo de fome e só dizendo obrigado
à aeromoça”, ri Castanha.
Mistura
de ritmo (distribuição WDisc), como o título assinala, reúne uma variedade de
ritmos – coco, embolada, arrasta-pé. Caju e Castanha para sobreviver na
metrópole tiveram que adaptar a embolada, incrementá-la com outros
instrumentos. Não cabiam mais apenas voz e pandeiro: “A gente canta com banda.
Hoje participamos de festivais como o Lollapalooza, no ano passado”.
Na
mistura cabe até rock. A clássica Futebol no Inferno, adaptação de um cordel de
José Soares, que toca com eles é banda baiana de rock Vivendo do Ócio: “Tem
algumas músicas de Bráulio de Castro, que está quase sempre nos discos da
gente. Uma delas é Só Tem Ladrão, que fala dessas coisas que acontecem ai, da
roubalheira. Regravamos A Veia Debaixo da Cama e tem até funk com embolada”,
diz Castanha. A dupla fecha a virada cultural em São Paulo, domingo, na Estação
da Luz.
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