HOJE, HÁ 127 ANOS, PRECISAMENTE
NO DIA 12 DE MAIO DE 1888, NASCIA NOSSO VALOROSO PARAHYBANO, DR. JOÃO DUARTE
DANTAS, QUE TODOS NOSSOS GOVERNANTES NUNCA SOUBERAM HONRÁ-LO
"João Duarte Dantas
(Mamanguape, 12 de maio de 1888 — Recife, 6 de outubro de 1930, foi um advogado
e jornalista brasileiro.
Seu nome está ligado à História da Paraíba, principalmente, porque foi o autor
dos disparos fatais que vitimaram o então presidente do estado da Paraíba, João
Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. João Pessoa, era candidato a vice-presidente
do Brasil na chapa encabeçada por Getúlio Vargas, contra o grupo paulista de
Júlio Prestes. A morte é considerada o estopim da Revolução de 1930, quando
Getúlio ascendeu ao poder, após um levante popular contra uma suposta fraude
nas eleições. Os disparos que vitimaram João Pessoa, não tinham motivos
políticos, e sim, em sua maior parte, pessoais uma vez que João Pessoa, como
chefe da Polícia, ordenou a invasão do escritório de João Dantas, publicando
suas cartas íntimas.
João Dantas era adversário
político de João Pessoa e aliado de José Pereira de Lima, chefe político do
município de Princesa Isabel, o qual liderava uma intensa oposição às medidas
governistas contra os interesses comerciais do grupo sertanejo. José Pereira
recebia apoio dos irmãos Pessoa de Queirós, de Pernambuco, primos de João
Pessoa e proprietários do Jornal do Commercio.
A atitude de João Dantas costuma
ser atribuída não à divergência política diretamente, mas a uma questão de
cunho pessoal. O embate político travado entre ele e Pessoa, através da
imprensa, inclusive com ataques ao pai de Dantas, Dr. Franklin Dantas e outros
familiares, acendeu o ódio mútuo. Nesse contexto, a Polícia da Paraíba, sob o
Governo de João Pessoa, invadiu escritório de Dantas, à Rua Duque de Caxias, e,
além de outras coisas, apoderou-se de cartas íntimas entre ele e a professora
Anaíde Beiriz.
O jornal estatal, A União, fazia
suspense diariamente, ao comentar sobre documentos imorais que haviam sido
encontrados no escritório de João Dantas. Acrescentava que os interessados
poderiam ter acesso ao material, na sede da Polícia. À época, em decorrência de
uma reforma no Palácio do Governo, o mandatário do Estado, João Pessoa,
despachava em prédio defronte à sede de A União. Segundo o livro Órfãos da
Revolução, de Domingos Meirelles, os mais íntimos do presidente paraibano
sabiam que nada era publicado no jornal oficial, sem sua aquiescência. A
correspondência veio a público, dias depois da invasão.
A intriga fez que amigos de João
Dantas o convencessem a se mudar para Olinda. Por ocasião de uma visita do
presidente João Pessoa ao Recife, amplamente noticiada, com o objetivo de
receber uma homenagem, João Dantas foi à Confeitaria Glória, na Rua Nova, onde
disparou contra Pessoa. Dantas atirou duas vezes no presidente paraibano
ferindo mortalmente. Fato este que foi usado pelos revolucionários sulistas a
emplacarem a revolução iminente contra o presidente Washington Luis, que
culminou levando ao poder Getúlio Vargas.
Dantas foi detido com seu cunhado
Augusto Caldas, que era inocente, na Casa de Detenção do Recife, onde foram
chacinados por oito homens que participavam da revolução em 6 de outubro de
1930, no início da Revolução de 1930. A versão oficial indicou suicídio.
Também, Anaíde Beiriz, morreria dias depois, no Recife, por envenenamento, aos
25 anos, provavelmente por iniciativa própria. Outras mortes se seguiram ao
episódio, como a do então deputado federal, ex-presidente do estado, João
Suassuna, pai do escritor Ariano Suassuna, que foi assassinado, no Rio de
Janeiro, por Miguel Laves de Sousa.
A história já inspirou filmes,
livros e peças teatrais. Até hoje, desperta muita polêmica quanto aos detalhes
e interesses subjacentes às ações de ambas as partes."
Por Pericles Athayde

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