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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 25 de abril de 2015

Poesia: “Toda casa de taipa abandonada Guarda um grito de fome dentro dela”, um mote glosado por Valdir Teles e Sebastião da Silva



“Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela”

O aceiro da roça ainda tem
A casinha de taipa que eu morava
O carrinho de lata que eu puxava
Sem ligar pras riquezas de ninguém
Inda resta no canto um armazém
Os pedaços do couro de uma sela
Que meu pai puxou boi montado nela
Mas o tempo acabou não deixou nada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela*

Esta casa tão simples e modesta
Num recanto tristonho de sertão
Já foi uma bonita habitação
Onde houve leilão novena e festa
Como prova de tudo ainda resta
Oratório, altar, santo e capela
Castiçal, flores murchas, terço e vela
Onde a última novena foi rezada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela**

A metade do barro já caiu
As paredes estão esburacadas
Cem por cento das telhas tão quebradas
A madeira da porta se partiu
O cupim de perverso destruiu
A madeira do pau da taramela
E a cabeça de um boi numa cancela
Mostra a foto da fome revelada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela*

Essa casa de taipa hoje é o trono
De morcegos, baratas e corujas
De insetos invadindo as telhas sujas
Como prova cruel do abandono
Uiva um cão com saudade do seu dono
Ruge o vento nas brechas da janela
Uma ave agoureira é sentinela
E canta triste assombrando a madrugada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela**

Quem chegar nessa casa não ver mais
Um matuto cansado armando a rede
A enxada no canto da parede
Nem vaqueiro tangendo os animais
Vaca gorda berrando nos currais
Ancoreta, gibão, perneira e sela
Ver somente as corujas na janela
E os morcegos voando na latada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela*

Esse grito de fome só existe
Porque quando tem seca no sertão
Camponês perde planta e criação
E sem água, sem pão, ninguém resiste
Quem vivia alegre, ficou triste
O fantasma da fome nos flagela
Seca rio e açude, a mata pela
Pelo sol do verão esturricada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela**

Numa casa de barro, esteio e vara
Eu não tive uma infância verdadeira
A comida da gente era grosseira
A mobilha também não era cara
Que a ferida da fome quando sara
Sempre deixa no dono uma sequela
Que a tapera que antes morei nela
Tem a marca da fome registrada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela*

Estafantes soluços e gemidos
Quem entrar nessa casa vai ouvir
Com tristeza profunda vai sentir
A saudade dos donos falecidos
Vai lembrar os momentos bem vividos
Com os filhos de toda parentela
Esta casa que antes foi tão bela
Num cenário de dor foi transformada
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela

Valdir Teles* e Sebastião da Silva**

CANTIGAS E CANTOS

9 comentários:

  1. Como faço para conseguir a versão música deste poema?!

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    Respostas

    1. TENHO ELA AQUI. COMO FAÇO PARA ENVIAR PRA VOCÊ? TENS E-MAIL SE TIVER DEIXA AQUI QUE MANDO PRA VOCÊ.

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    2. Se puder enviar tbm pra mim, agradeço.

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    3. https://www.youtube.com/watch?v=2nfVnUUi3PI

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  2. me envia essa musica bicho.
    fredysson2012@outlook.com

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  3. As cores são muito claras, quase nao dá pra ler.

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