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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Luto: Teófanes Leandro > A partida de um patrimônio imaterial da arte sertaneja

Fotografia de  Cláudio Viana

Hoje, o sol da reserva imaterial da poética sertaneja está nublado, pela despedida de um guardador da arte literária. O mestre Teófanes Leandro, foi morar   junto das estrelas do Olimpo da Poesia. Durante sua existência, foi um chiqueirador da sensibilidade; um tangedor da experiência estética; um guardador de um tesouro feito de palavras delicadas e enternecedoras, enfim, um sertanejo autêntico! Um grande protetor da mais representativa arte do Cariri paraibano e do Pajeú pernambucano.
Homem de oratória eloquente e de um saber acumulado pelas leituras e pela experiência de vida, Teófanes gostava de receber os amantes da poesia em sua humildade casa, numa propriedade rural, no sítio Melancia, nas ribeiras do Rio Feiticeiro da Poesia. Sempre atualizado e cortês, o sertanejo de expressões fortes, adorava apresentar um imenso repertório de poesias dos grandes vates do passado.
O terreiro ou a sala da sua casa era o grande palco, onde Teófanes se transformava em poesia. Quando recebia visitas, começava a falar de algum poeta, e em pouco tempo, uma enxurrada de versos eram declamados com muita emoção e expressividade. Homem rústico, acostumado com a labuta do sertão, enfrentava os espinhos afiados das juremas, mandacarus, coroa-de-frade, xiquexique, longas estiagens, sol inclemente, entre outros desafios. O declamador e contador de histórias, era uma pessoa delicada, amiga, educada e sempre aberta a quem chegasse a sua humilde residência.
Com Teófanes foram embora um imenso repertório de poesias e histórias dos poetas cantadores que habitaram o grande Estado do Sertão. Fica na memória dos que visitavam sua casa os momentos inesquecíveis de êxtase poético e a oralidade de um homem que viveu e soube registrar o seu tempo. Sabedor das letras e dos acontecimentos do mundo, o contador de histórias e guardião da alma sertaneja, era um questionador inquieto dos assuntos religiosos, políticos, sociais, econômicos e das coisas da vida; sempre surpreendendo os visitantes com algumas perguntas instigantes e desafiadoras. Era uma pessoa apaixonada pelo saber.
Quebrando os grilhões dos urbanoides (designação de Elomar aos urbanos) Teófanes mostrou que o sertanejo é um homem portador de grande sabedoria e conhecimento das coisas do mundo. Tive o prazer de inserir na minha tese de doutorado (O sertão educa), as palavras sensíveis de Teófanes sobre sua relação com a natureza do sertão. Este sertanejo de alma maneira (a lá Elomar de novo), deixou o legado de uma grande reserva antropológica, revelada por meio da arte poética, expressão máxima na estética da Terra da Poesia.

 Gilmar Leite
Gilmar Leite

Blog Águas do Pajeú

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