
Os riachos com água cristalina;
Na braúna, um galo de campina,
Entoando uma plácida canção.
A cantiga serena de um carão;
O tiziu dando pulo sobre o galho;
O gotejo nas flores do carvalho;
Colibris num balé beijando a flor;
São imagens de lírico esplendor
Tão cristais como o brilho do orvalho.
Pajeú de barreira a barreira;
A curvada de um pé de goiabeira
Resistindo as águas turbulentas.
Correntezas vorazes, barulhentas,
O remanso fazendo o seu funil,
De janeiro, chegando até abril,
Transbordando com fúria todo leito:
São lembranças que ferem o peito
Machucando Minh‘alma tão febril.
Que maltrata o coração sertanejo,
De não vê o relâmpago em lampejo
Quando deixa o espaço fulgurante.
Meu passado visita todo instante,
Desenhando as imagens camponesas,
Do sertão, fervilhando mil belezas,
Acalmando o presente esturricado,
Desejando o inverno transbordado
Onde pulse de vida a natureza.

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