
Carlos Aires
O DONZELO DA MELANCIA
Morador na Melancia,
Que chorava todo dia
Com vontade de casar;
Foi pra cidade,
Arranjou uma pequena,
Seu moço faz até pena,
Quando eu começo a contar.
Matuto, broco e inocente;
Ela muito experiente
Vivenciada demais,
O seu emprego
Foi sempre de marafona,
Nos cabarés lá da zona,
Que tem na beira do cais.
Não sabia o que era isso
Assumiu um compromisso,
De casar com a guria,
Agiu depressa
Pra fazer o casamento
E até roupa pra o jumento,
Comprou na alfaiataria.
Para o churrasco da festa
Preparou baile, seresta,
Pra noitada especial;
E com requinte
Organizou a matriz,
Convidou padre e juiz,
Para o cerimonial.
Bem no final de setembro,
No meado de novembro
Já havia “cachimbada”;
O moço ancho,
Ficou foi muito contente;
De tão inexperiente
Nem desconfiou de nada.
Fosse seu legítimo herdeiro;
E gritou pra o mundo inteiro
Fiz coisa que ninguém fez!
Sou muito macho,
Provei que não sou mofino,
Pois pra gerar um menino
Passei pouco mais de um mês.
Que casa e fica embromando,
O tempo vai se passando,
E não se agrega ao esquema;
A mulher passa
Nove meses no sufoco,
Pois eu, em um mês e pouco,
Resolvi esse problema.
Contida nesse matuto;
Pois não foi bastante astuto
E nem sequer percebeu,
Que aquela moça
Com quem casou e deu luxo,
Já trouxe da zona o “bucho”
E o filho não era seu.
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