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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Poesia: "Meu ranchinho de palha", um poema de Carlos Aires


ranchinho

     MEU RANCHINHO DE PALHA

Felicidade não mora
Somente numa mansão
E vou lhes mostrar agora
Nessa minha descrição
Que quem habita um ranchinho
De palha, bem pobrezinho,
Bem distante da cidade
O ambiente condiz
Pra que assim viva feliz
Sem tanta comodidade.
Eu por exemplo resido
Numa palhoça pequena
Em meio ao mato, e duvido,
Que alguém goze a vida plena
Igual a que eu vivo aqui
Escutando o bem-te-vi
Improvisar seu trinado
E eu sentado no terreiro
Inalando o doce cheiro
Das lindas flores do prado.
Caso afirme que sou pobre
Eu prontamente lhe explico
Não possuo ouro nem cobre
Mas de sossego sou rico,
De dinheiro fico aquém,
Porém bem sei que não tem
Um viver calmo e tranquilo
Como o meu, longe das farras,
Ouvindo o som das cigarras
E o cricrilar dos grilos.
Reconheço, a urbe tem,
Seus mistérios, seus encantos,
Mas quem da brenha provém
Não se dá bem nesses cantos
Seria grande os suplícios
De viver entre edifícios,
Buzinas, sons e apitos,
Algazarras, alaridos,
Meus campesinos ouvidos
Não suportam tais agitos.
Adoro a tranquilidade
Do meu lugar tão ameno
Essa tal modernidade
Pra mim é quase um veneno
A claridade da rua
Não se compara a da lua
Numa noite de verão
Quando aponta atrás da serra
Prateando a minha terra
Com o seu magistral clarão.
Aqui armo a minha rede
Na sombra da quixabeira
E para matar a sede
Bebo água da biqueira
Degusto a doce mangaba
A saborosa goiaba
O delicioso umbu,
Meu apetite se assanha
Quando provo da castanha
Ou um bom suco de caju.
Nessa vida prazenteira
Vivo sem passar sufoco
E acho que é pura asneira
Alguém me chamar de broco
Porque me falta instrução
Sem estudo ou formação
Vivendo isoladamente
No silêncio, sem barulho.
Pois saiba que sinto orgulho
De ser assim diferente.
Aqui a honestidade
Impera em qualquer sentido
Também a simplicidade
Tem seu lugar garantido
O mar de encantos me afoga,
Longe do trafico, da droga,
Ou de qualquer outra tralha
Que incomoda o cidadão.
Sou bem feliz no sertão
Em meu ranchinho de palha.
Carlos Aires
Proseando na sombra do juazeiro
Jornal Besta Fubana

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