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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

LANÇAMENTO: Ano 1973: um divisor de ondas

Em livro e debate, na Escola Porto Iracema, o ano de 1973 é apontado como um marco para a música brasileira

Secos e Molhados
A música que chegava via ondas de rádio no início do ano de 1973, certamente não foi a mesma que em dezembro daquele ano. Mudou radicalmente!
Estrearam em LP neste curto trecho de 12 meses o tal desconhecido João Bosco, após o bem-sucedido compacto do Pasquim, em 1972, o maluco beleza, Raul Seixas, até então, produtor de sucesso, e artista incompreendido - pelo disco coletivo "Raul Seixas e a Sociedade da Grã-Ordem Kavernista" (1971), um fracasso.
Também em 1973 vieram os álbuns de estreia do filho do rei do baião e porta-voz da canção de protesto, Gonzaguinha, de Luiz Melodia, Walter Franco, do parceiro Kavernista de Raul, Sérgio Sampaio, de Lula Cortês e de um fenômeno, de caras pintadas e peitos desnudos, chamado Secos e Molhados.
Do Ceará, foi a vez também de Fagner, Ednardo, Rodger Rogério e Teti ganharem seus primeiros álbuns.
E com todo esse "boom" de criação e experimentação, nada se havia creditado de especial àquele ano. A tese para instituição do marco é defendida por cerca de 50 autores no livro "1973: O ano que reinventou a MPB", organizado pelo jornalista Célio Albuquerque, e lançado no início do ano pela Sonora Editora.
Hoje, às 19 horas, o livro ganha lançamento em Fortaleza, seguido de debate com o organizador, na Arena de Teatro da escola Porto Iracema das Artes (Centro Dragão do Mar).
O bate papo sobre a época, os discos e os motivos que desaguaram em tanta inovação contará ainda com a participação dos dois cearenses que contribuíram com o livro, o jornalista Marcos Sampaio (que escreveu sobre "Índia", de Gal Costa) e a cantora e compositora Mona Gadelha (que fala sobre "Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem, disco de Rodger, Teti e Ednardo).
Escrito em múltiplas vozes, estão reunidos no livro histórias e análises de verdadeiros clássicos da música brasileira, nas mais variadas vertentes. Além dos artistas inéditos, citados, foi ali que que Tom Zé lançou "Todos os olhos", com sua polêmica capa, que Caetano Veloso desinventou o som, em "Araçá Azul", João Gilberto deu ao mundo o memorável disco branco, que leva seu nome, Tom Jobim traz o indispensável "Matita Perê" e que o os Novos Baianos, vivendo coletivamente no lendário sítio em Jacarepaguá, lançam "Novos Baianos FC".
Vieram ainda a polêmica pílula de Odair José, no álbum "Odair José", "Chico Canta", de Chico Buarque, "Marinheiro Só", de Clementina de Jesus, "Elis", por Elis Regina, Edu Lobo, em disco homônimo, "A Música Livre de Hermeto Pascoal", do mago, "Milagres dos peixes", de Milton Nascimento e tantos outros, até que se some 50.
Pesquisa
"Não havia uma associação, um movimento, foi uma coisa natural. Da evolução de todos os segmentos musicais, que desaguaram ali. Fomos nos sugerindo discos, conversando com autores, recebendo outras indicações. A seleção foi construída dessa maneira, com colaboração que partia do que as pessoas entendiam e que seriam interessantes", explica Célio Albuquerque, sobre o processo de descoberta fonográfica daquele ano.
O mote que voltou os olhares de muitos estudiosos da música em todo o país, foram os 40 anos completados por todos estes lançamentos no ano passado. A priori, reforça, a ideia de reuni-los em um livro não era tentar explicar o fenômeno 1973. Mas mostrar o quão especial foi e tomá-lo como mote para revolver a memória de discos tão importantes para construção da música brasileira.
"A gente está sempre comentando, pesquisando sobre discos. Eu e alguns dos autores, fomos informalmente verificando que o ano tinha muita coisa em comum, muitos discos importantes que coincidiram naquele ano", reforça, lembrando que, durante a escrita do livro, o jornalista Zé Teles, do Jornal do Comércio, em Pernambuco, lançou um artigo no mesmo sentido, em que apontava os estreantes em 1973 como a "geração pós-tudo". Nada de novo era esperado, reforça o autor, após sucessivos fenômenos como a bossa-nova, a era dos festivais com suas canções de protestos, a Jovem Guarda, o Clube da Esquina e a Tropicália.
No entanto, aconteceu 1973. E entre os fatores que contribuíram, credita, estavam, por exemplo, uma lei de incentivo fiscal que dava coragem às gravadoras para que encampassem projetos de retorno duvidoso, para fazer número em catálogo, dando margem maior para experimentalismos. Também a própria concentração de tantos novos valores no eixo Rio - São Paulo. "Essa renovação estava sendo gestada. Por um motivo que a gente não consegue explicar, tudo começou a florescer nesse momento", admira-se.
Livro
1973 – O ano que reinventou a MPB

Célio Albuquerque (org.)
Sonora Editora
2014, 431 páginas
R$ 59,90
Mais informações
Lançamento do livro "1973: O ano que reinventou a MPB". Hoje, às 19h, no Teatro de Arena do Porto Iracema das Artes (Rua Dragão do Mar, 160 - Praia de Iracema). Gratuito. Contato: (85) 3219.5865
Fábio Marques

Repórter
Diário do Nordeste

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