Nesta segunda-feira (7), há exatos 117 anos, em 07/07/1897, nasceu o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, no sitio Passagem das Pedras, em Serra Talhada (PE). Apesar de a data ser controversa, pois algumas historiadores citam como sendo o dia 04/06/1898 ou 12/02/1900, essa é a data que consta no registro civil, ou seja, tem foro civil para fins de registro. Ele entrou para a história como o “Rei do Cangaço”.
Fotografia do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nascido há 117 anos no sitio Passagem das Pedras, em Serra Talhada (PE).
Filho de José Ferreira da Silva e de Maria Lopes de Oliveira (Maria Jacoza), desde cedo Virgulino aprender a trabalhar na roça se tornando depois um otimo vaqueiro e amansador de animais bravos. Na adolencencia viajou pela a região almocrevando com uma tropa de burros de carga decorando palmo a palmo os caminhos e estradas da região do Pajeú. Nesse periodo entrou em inimizade com seu amigo de infância Zé Saturnino, gerando um conflito familiar que resultou em sua mudança para as proximidades de Nazaré do Pico, em Floresta (PE). Neste local, entrou novamente em confronto com os habitantes do lugar onde foi acusado juntamente com os irmãos Antônio e Levino Ferreira de roubo, sendo este último preso na cadeia de Floresta (PE). Liberado após um acordo para a familia ir embora da região, os irmãos Ferreira foram embora em direção a cidade de Mata Grande (AL) onde novamente foram acusados e denunciados por roubo. Perseguido pela policia alagoana do tenente Zé Lucena, Lampião teve seu pai, Zé Ferreira, assassinado enquanto debulhava uma espinga de milho.
Fotografia dos irmãos Lampião (esquerda) e Antônio Ferreira (direita) que lideravam um bando de cangaceiros que enfrentou a policia da época em 7 estados nordestinos. O cangaceiro Antônio Ferreira seria atingido acidentalmente por Luiz Pedro na Fazenda Poço do Ferro, em Tacaratu (PE), em 1926.
Após esse acontecimento os irmãos Ferreira entraram no bando de cangaceiros dos irmãos Purcinos, vindo vez por outra a região em busca de vingança com os ex-vizinhos, entrando no bando de Antônio Matilde, casado com uma prima dos mesmos. Sabendo que não podiam lutar contra as familias inimigas, os irmãos Ferreira entraram no bando de Sinhô Pereira, onde passaram um ano até que o mesmo saiu do cangaço deixando o bando sobre liderança de Lampião, em 1922. Foi nessa época que surgiu o apelido de Lampião, devido o mesmo ter modificado o fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que o cano aquecia tanto que brilhava a noite dando a aparência de um lampião. Era ainda muito religioso e devoto do Padre Cicero, onde o mesmo admirava e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte (CE), onde Lampião recebeu a patente de “Capitão do Exercito Patriótico” para combater a Coluna Prestes, fato que não aconteceu.
No Estado da Bahia, Lampião (esquerda) conheceu a jovem Maria Bonita (direita) que largou o marido para viver um vida de crime com o mesmo na caatinga, enfrentando a policia até que foram mortos em 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), pelo força do tenente João Bezerra.
Durante cerca de 16 anos, Lampião e seu bando de cangaceiros, assolou os estados nordestinos sendo perseguido por toda a força publica militar através das “Forças Volantes” onde se destacou por combate-las em plena caatinga se tornando um gênio militar estudando até os dias de hoje. Entre os diversos combates, podemos destacar os saques de Água Branca (AL), Belmonte (PE), Sousa (PB), Carnaíba (PE), Mossoró (RN), Milagres (CE), Aurora (CE), Limoeiro do Norte (CE), Triunfo (PE), Nossa Senhora das Dores (SE), Capela (SE), Pombal (BA), Mirandela (BA), Simão Dias (BA), Canindé de São Francisco (SE), Queimadas (BA) e Piranhas (AL), além é claro, dos épicos combates nas Fazendas Baixas, Jenipapo e Enforcado, em Nazaré do Pico (PE), em Poço da Areia (AL), nas Fazendas Caraíbas, Tapera, Tigre e Favela, em Floresta (PE), na vila de Tupanaci, em Mirandiba (PE), no Sitio Tenório e Melancia, em Flores (PE), nas Fazendas Xique-Xique, Serra Grande e Serra Vermelha, em Serra Talhada (PE), na Serra da Micaela, em Jaguaribara (CE), na Fazenda Batoque, em Jati (CE), na Fazenda Maranduba, em Poço Redondo (SE), nas Fazendas Tanque do Touro e Serrote Preto e o último na Grota de Angicos, em Poço Redondo, quando foi morto em 28 de julho de 1938 pela força volante do tenente João Bezerra, depois de denuncia do coiteiro Pedro de Cândido.
No dia do exterminio, Lampião encontrava-se ao lado de sua companheira Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, que juntou-se ao bando em 1930 e, assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas das ações do bando. Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos. O casal teria tido ainda dois natimortos.
Fonte: Blog de Serra Talhada
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