Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Literatura: O estilo próprio de Franz Kafka

Mesmo 90 anos após sua morte, autor tcheco se mantém atual



Mais do que um clássico a ser lido na escola, ou ser conhecido por suas angústias e relacionamentos familiares e amorosos mal resolvidos, o escritor tcheco Franz Kafka - cuja data de morte, em 3 de junho de 1924, completa nesta terça (3) 90 anos - deixa uma obra que não se perdeu no tempo. Um sistema burocrático, claustrofóbico, irracional não parece nada distante do que é vivido atualmente. E essa é uma das temáticas mais recorrentes em seus textos.
Um judeu nascido em 3 de julho de 1883 na Tchecoslováquia e que escrevia em alemão. Essa circulação entre três mundos pode ser levantada como um dos primeiros pontos para entender o autor, segundo o professor do Departamento de Literatura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lourival Holanda. A quebra de fronteiras logo no início do século 20 permitiu ao autor uma ampla visão de mundo. Porém, ao invés da impressão de que ele poderia se sentir inserido nessas culturas, em seus textos o autor parece observar tudo, de forma crítica, a uma certa distância, e talvez por isso, com plena consciência do contexto.
"Não dá para entender o século XX sem ter lido Franz Kafka". A afirmação do professor Lourival Holanda se argumenta porque, segundo ele, a análise de mundo do autor tcheco vai ao encontro do discurso sociológico. "O olhar sobre a desconstrução da burocracia e o absurdo decorrente do sistema faz com que Kafka seja completamente contemporâneo."
Modernidade essa que também passa por sua forma de escrita. "Os textos curtos, concentrados, densos são um grande legado de Kafka para os escritores, principalmente da década de 1950 para cá. E, por que não, vinculá-lo com a relação com o Twitter, onde é preciso uma concisão absoluta", pontua Holanda.
Outra característica do texto kafkiano é a imersão imediata do leitor na problemática do texto. Assim, sabe-se logo no primeiro parágrafo que o personagem Gregor Samsa, no livro "A Metamorfose", se viu, ao acordar de manhã, transformado em um inseto. Ou que, sem preâmbulos, Joseph K, na obra "O Processo", está sendo acusado de algo, e por alguém, que ele desconhece. "Não existe uma preparação. Kafka apresenta de pronto a realidade. Ela está ali, bruta, crua", explica o professor Lourival Holanda.

Para o jornalista e doutor em Literatura Schneider Carpeggiani, a crítica à modernidade impressa na obra de Kafka está impregnada de um humor pitoresco. "Em comum com outros grandes escritores fundamentais para a virada do romance no século XX, como Virginia Woolf e James Joyce, Kafka mantinha a prosa fragmentada e a precisão do seu estilo narrativo. Mas é inegável que ele criou uma escola para ele mesmo. Em Kafka, há um humor incomum, traduzido entre suas imagens catastróficas", defende.
Apesar da ironia deslizante nas entrelinhas das obras do autor, não há nada facilitado em seu projeto literário. A imersão de suas personagens em situações absurdas - que não geram necessariamente o choque em suas personagens, mas antes e principalmente em que lê - são metáforas fortes e de grande amplitude interpretativa. "As alegorias de Kafka nem sempre vão nos levar a um lugar lógico e redentor. Existem todos os tipos de metáforas para pensar a obra de Kafka, inclusive a questão judaica, apesar de nenhuma obra sua fazer referência direta ao judaísmo. Ou na sua relação sufocante com o próprio pai, ficcionalizada em 'Carta ao Pai'. O autor jamais vai entregar um significado direto para sua narrativa", pontua Carpeggiani.
ABSURDO - Tratar o absurdo como real, como o protagonista de "A Metamorfose" se transfigurar numa barata sem estabelecer uma reação de choque com o acontecido, antecipa o uma faceta do humor de Kafka, assim como a nada facilitada resolução lógica das situações que sua prosa desenha. Para Carpeggiani, é preciso ler a obra de Kafka ao mesmo tempo em que se empurram as barreiras das convenções lógicas que cercam a noção de real, anterior às leis e mesmo à religião.
"Pode-se ler Kafka como a história anterior à religião e talvez por isso não haja um choque das suas personagens com o absurdo. Todas as regras que existiam antes, ali, não funcionam mais. Apesar de se valerem de histórias. É como se o 'novo', o 'não-usual', só pudesse entrar no mundo através no absurdo. E essa ideia, por si só, ainda é extremamente revolucionária", analisa Carpeggiani.
PÓSTUMO - Muitos dos textos de Franz Kafka foram publicados após sua morte. Ele pediu ao amigo Max Brod para destruir toda a obra. Porém, a solicitação do escritor não foi respeitada. E por isso, alguns textos inacabados do escritor tcheco chegaram a ser publicados.
Priscila dos Santos e Talles Colatino, da Folha de Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário