Na fogueira da seca nordestina”
Da maneira que muita gente está
Paraíba, Sergipe e Ceará,
Rio Grande, Alagoas, Maranhão,
Tá despida toda vegetação,
Não tem mais folha verde na campina,
Essa seca cruel e assassina,
Com sol quente que vêm lhe sapecando.
Sinto a última esperança se queimando
Na fogueira da seca nordestina
Não tem pássaro mais cantando na mata,
Não tem água descendo na cascata,
Está seco do jeito de um pavio,
Falta água em represa lá do rio,
não tem água de fonte cristalina,
O problema da seca contamina,
E o fantasma da fome rodeando.
Sinto a última esperança se queimando
Na fogueira da seca nordestina.
Sertanejo não tem mais vez nem voz,
Está seco demais o nosso Orós,
Onde passa tristonho o boi zebu,
Vi a seca perversa em Iguatu,
Aveloz, Castanhal, Araripina,
Até mesmo o espaço de Campina
Não tem nuvem pesada desfiando.
Sinto a última esperança se queimando
Na fogueira da seca nordestina.
“Redemoinho” por toda tardezinha,
Não tem porco, guiné e nem galinha,
Pelo mato só tem muita caveira,
Vejo o povo matuto lá na feira,
Em cidade maior ou pequenina,
Um matuto se escora na esquina,
Com o outro tristonho lastimando.
Sinto a última esperança se queimando
Na fogueira da seca nordestina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário