
Muitos pagam resgate com a vida"
Cala a voz de Romero bom pastor
Qu'era a voz dos sem voz d'El Salvador
Liquidado de forma violenta
Vinte e quatro de março de oitenta
Dom Oscar morre, mas, não se intimida
Sua voz desde então foi mais ouvida
O martírio lhe deu mais eloquência.
"Quando a paz é refém da violência
Muitos pagam resgate com a vida"
Quem não lembra a mulher paraibana
Voz calada na força do gatilho
Trucidada na frente de seu filho.
Numa vil emboscada desumana
Em defesa do "cortador de cana"
Paga o preço com sangue Margarida
Uma ação pelo júri não punida
Num processo com pouca transparência
“Quando a paz é refém da violência
Muitos pagam resgate com a vida.”
O Brasil pouco lembra Tiradentes
Esquecendo que sua intrepidez
Abalou o domínio português
E o feudo de muitos prepotentes
Nos tornamos os seus "inconfidentes"
Com a nossa memória entorpecida
Acordai, pátria mãe adormecida
celebrai o herói da inconfidência
“Quando a paz é refém da violência
Muitos pagam resgate com a vida.”
Frei Caneca, o herói quase sem glória,
Combateu sem espada e sem trabuco...
Escreveu sua história em Pernambuco,
Pra mudar Pernambuco e sua história.
Hoje resta, pra nós, só a memória
Do irmão que tombou durante a lida.
Deu seu sangue à Pátria mãe querida
Sem opor aos algozes resistência:
"Quando a paz é refém da violência
Muitos pagam resgate com a vida."
Quando alguns pedem paz e outros guerra
Os que perdem a vida são milhares
Por exemplo um Josimo Tavares
Que foi voz dos sem voz sem vez e terra.
O disparo assassino, a vida encerra
O silêncio constrange e intimida
Mas a paz dos da Paz não é vencida
E a morte é vitória de aparência.
"Quando a paz é refém da violência
Muitos pagam resgate com a vida".
Brás Ivan

*Minha participação num trabalho que fizemos a três, Dedé Monteiro, Vinícius
Gregório e eu (Cantoria Internetada II) quatro estrofes minhas no mote que infelizmente não recordo o autor, mas que com certeza Vinícius Gregório o sabe e me comunicará pra que eu registre.
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