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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Poesia: "Borrasca", uma poesia de Fernando Leite


BORRASCA

Numa tarde chuvosa às quatro e meia,
Do alpendre virado pro nascente,
Observo a campina lentamente
Onde o rio apresenta a calha cheia.
Já não vê-se mais nada da areia
Que margeia o seu corpo de serpente,
Só a força medonha da corrente
No seu leito de tudo carregando,
E eu pedindo pra Deus do céu, orando,
Que a parede do açude não arrebente.

O mugido nervoso da boiada,
Recolhida num canto do curral,
Sobe o tom cada vez que o temporal
Faz do céu uma tela iluminada.
Cada ronco da bruta trovoada
Faz o bicho mais novo estremecer,
E a mãe, pra tentar lhe proteger
Dos assombros que vem da tarde fria,
Se pudesse, o bezerro abraçaria,
Mas só resta lambê-lo pra aquecer.

Uma ovelha que berra alucinada
Procurando sozinha o seu rebento
Enche o ar de tristeza e de lamento
Pela cria que foi na enxurrada.
Sua dor e a chuva derramada
São contrastes que traz a natureza,
Que depois de causar tanta tristeza
Destruindo o que tem a sua frente,
Deixa o solo prontinho pra semente
Germinar e gerar nossa riqueza.

Vem à noite e com ela a chuva afina
Repousando na terra levemente
Transformando o que era uma torrente
Num bailado suave de neblina.
Já não tem o clarão que ilumina
Nem a força sonora do trovão,
Mas se ouve da mata uma canção
Quando um grilo começa a cantoria
E um pingo que cai numa bacia
É o bumbo que faz a marcação.

Quando o galo desperta a luz do sol
Encerrando de vez a madrugada
Aparece a tragédia emoldurada
Pelo brilho corado do arrebol.
A corrente do rio é um lençol
De destroços que descem lentamente.
E de novo, silenciosamente,
Agradeço pra Deus a estiagem,
Pois se rompe a parede da barragem
Não ficava viv´alma pra semente.

Fernando Leite – 31/12/2013.
 










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