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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

DISCO: Musicas de Michael Sullivan resistem ao teste do tempo



Três décadas depois de se tornar a maior linha de montagem de sucesso do país, o recifense Michael Sullivan, submete algumas de suas músicas mais conhecida ao teste do tempo, com um disco apropriadamente intitulado Mais forte que o tempo. Me dê motivo, originalmente gravada por Tim Maia, e neste disco por Adriana Calcanhotto, ou Amor perfeito, sucesso com Roberto Carlos, que recebeu uma regravação funkeada de Ney Matogrosso. Parte das canções, foi feita em parceria com Paulo Massadas. A dupla Sullivan & Massadas foi campeã absoluta das paradas nos anos 80. Coincidentemente as 17 músicas do disco, foram selecionada entre 80 escolhidas por Michael Sullivan.
Depois de Zé Dantas (1921/1962), talvez Michael Sullivan seja o compositor pernambucano que mais assina sucessos nacionais. Teria ainda muito mais se o mercado não tivesse à deriva, e as gravadoras submersas em crise: “Minha história começa no interior, em Timbaúba, no Cine Cacareco, onde vi todo aqueles artistas, Marinês, Abdias, muita gente. Cinco anos depois ganhei um concurso de calouro, na TV Jornal. Participei dos programas de Walter Lins, José Maria Marques, Fernando Castelão. Dois anos depois, peguei a mala e fui para o Rio. Passei algum tempo na rua, mas logo estava tocando num conjunto, com Hyldon, Piau (da banda de Djavan)”, conta Michael Sullivan, que antes da carreira colo, cantou no Nucleares e nos Selvagens, gravando LPs com ambos.
Ivanilton Lima passou a usar o nome artístico pelo qual é conhecido no começo dos anos 70, quando começou a gravar em inglês. Ele foi um dos mais bem sucedidos dos falsos importados, como rotulou o critico Tárik de Souza, uma leva de cantores brasileiros, com adotaram sonoros pseudônimos, Mark Davis (Fábio Jr), ou Christie Burgh (Jessé): “O Michael foi de Michael Jackson, e o Sullivan peguei num catálogo de Nova Iorque. Mas cantar em inglês aconteceu por acaso. Fiz a música para outro cara cantar, mas o pessoal da gravadora gostou da minha voz. Sei que My life, da novela O Casarão. Vendeu cinco milhões de discos, e não foi sucesso apenas no Brasil”, conta Michael Sullivan. My life em Mais forte que o tempo foi gravada por Sandy.
Ele teve a chance de cantar em dois dos grupos mais populares do país: Renato e seus Bluecaps (substituiu Paulo César Barros) e os Fevers (entrou em lugar do também pernambucano Almir). Com o primeiro aprendeu a sentir o gosto do sucess o. Durante o tempo que esteve na banda, foram seis Discos de Ouro, e mais de um milhão de discos vendidos. Nos Fevers ficou durante seis anos. Com Paulo Massadas, a quem conheceu em 1979: “Quando parti para carreira solo, formei uma banda e ele veio tocar comigo. Começamos a compor juntos”, diz Michael Sullivan. Com Massadas ele formou uma dupla e compositores profissionais. Destes que fazem música de acordo com intérprete. Tanto poderia ser uma canção infantil para a apresentadora Xuxa, quanto um rock para o Roupa Nova, uma balada romântica para Zé Augusto. Foram gravados pela nata da MPB, Gal Costa, Simone, por artistas mais populares, como Joanna, Rosana, Sidney Magal.
Sucesso de público, mas não de crítica. A dupla era acusada de baixa a qualidade de disco de Gal Costa ou Fagner: “Nunca respondi a nenhuma. Segui o conselho. Nos encontramos uma vez e ele me deu conselhos e comentou que o sucesso no Brasil era uma afronta pessoal”. Foram também acusados de criar um cartel na RCA (hoje pertencente à Universal Music), com Miguel Plopschi (ex-integrante dos Fevers, e diretor musical da gravadora). Quem gravasse lá obrigatoriamente teria que incluir uma canção da grife popular Sullivan & Massadas.
O hoje evangélico Michael Sullivan não levanta a voz, para rebater as insinuações: “Na época eu não era de uma estatal, não gravava minhas músicas apenas na RCA. Isto nunca aconteceu. Como você iria obrigar um cara feito Tim Maia a gravar uma música, se ele não quisesse? Quem não quisesse gravar poderia a ir pra outra gravadora. O pessoal gravava porque sabia que ia fazer sucesso, que ia vender um milhão E nem foi tanto assim. Você pega o Roupa nova, de 25 sucessos deles, tem três meus”.

A parceria Sullivan & Massadas acabou 16 anos depois, e os dois foram para os Estados Unidos. Michael Sullivan foi trabalhar o como compositor e produtor da gravadora em Los Angeles. Trabalhou com nomes como Ricky Martin, e outras estrelas latinas. Nos começo dos anos 2000, Voltou a morar no Rio. 


DISCO

Mais forte que o tempo (Sony Music) deve fazer os críticos de Michael Sullivan repensarem conceitos. E não apenas porque a música popular que toca no rádio estar hoje no nível do rés do chão. Ele aprendeu na escola popular do iê iê iê, para criar suas canções de apelo fácil, mas nunca vulgares. Nos anos 80, as acusações de pasteurização devia-se muito aos arranjos e os teclados que soavam tudo igual. Me dê motivo, o sucesso inaugural, de 1983, com o vozeirão de Tim Maia, aqui tem a voz suave de Adriana Calcanhotto , com cordas e violão, numa interpretação impecável. As músicas de Michael Sullivan sozinho, ou com Massadas foram tão massificadas quando fizeram sucesso nos anos 80, que muita gente vai torcer o nariz ao ler os títulos na contracapa. 
Mas se ouvir terá uma surpresa. Um sonho a dois (dos versos “descobri que o amor é azul”), recebe uma versão impecável, de Roberta Sá, com os Cariocas. Arnaldo Antunes sai um pouco do new iê iê iê que tem feito, a encara a balada Vou fazer você mulher Sullivan/ Paulo Coelho) com roupagem soul. Mas certamente a melhor faixa é Amor perfeito, um megahit com Roberto Carlos (do refrão, “Vem, que conto os dias/contos as horas pra ter ver/ não consigo te esquecer”), recebeu uma irrepreensível versão de Ney Matogrosso, com um balanço funk, que tira toda a sacarina da original.
O contrário do que Sandy faz com a My life, tornando-a ainda mais adocicada. Como acontece em todo disco do gênero, há altos e baixos. Muito boa a versão de Moska para a mandava retratos e canções (sucesso com Sandra de Sá, em 1986). Alice Caymmi poderia segurar mais o vozeirão, numa versão com ótimo arranjo bem Jovem Guarda. Curiosamente, o atual parceiro de Sullivan Carlinhos Brown são tímido no rock Whisky a Go Go (JT)

José Teles
JConline

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