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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Música: Perfil >> O passatempo de Alcymar Monteiro é se reinventar



Alcymar Monteiro afirma ser três em um: compositor, produtor e cantor. Ele também é arranjador dos seus próprios trabalhos e possui autonomia sobre o resultado final. Conta com a ajuda valiosa do filho e empresário, Alcymar Junior, e da esposa, Jenniffer. “Nosso trabalho possui uma identidade porque não tem interferência de outros pensamentos”, explica. 

“Sinto-me sempre começando. Cada trabalho que faço tenho que pensar do início e me reinventar, mas ao mesmo tempo é preciso permanecer com autenticidade. É isso que faz o artista não ser esquecido”, destaca o cearense, que já dá início às comemorações de 30 anos de carreira, a serem completados em 2014. Para celebrar a data, está programado gravação do CD e DVD Vozes do frevo. O show está marcado para setembro, no pátio externo do Parque Dona Lindu, e contará com participação do maestro Spok, Naná Vasconcelos, Bloco da Saudade e Getúlio Cavalcanti para gravar o frevo Último regresso.

Sempre se reinventando, Alcymar está presente nas redes sociais e é adepto ao compartilhamento de informações. Ele disponibiliza canções no Palco Mp3. “O  artista tem que ter todas essas ferramentas na mão, Facebook, email. Uso sempre. Todo dia, posto uma foto diferente. As redes sociais são fundamentais, além disso tem o rádio e a TV, dois complementos importantes. Mas redes sociais, devido abrangência e velocidade, são as ferramenta mais positiva que um artista pode ter. Você posta uma informação agora, em um segundo já está no Japão, Inglaterra, França, na China”. E acrescenta: “Gonzaga já dizia que a informação iria ser muito rápida e que quem não se adequasse seria esquecido”, lembra o artista que pegou três fases tecnológicas da música: LP, CD, DVD/Blue-ray.

Mesmo depois de ter participado de festivais na Europa, Alcymar ainda gostaria de realizar sonhos. “Acho que nossa música não chegou ainda ao ponto que eu quero. Ter uma música tocada nacionalmente, sem ninguém me identificar como ‘artista nordestino’. Quero ser conhecido como artista brasileiro que canta um ritmo que representa minha origem”.

Apesar de defender os valores regionais, Alcymar não gosta de rótulos. Ao ser questionado se gosta de ser chamado de “um cantor da terra”, ele não titubeia: “Não, cantor da terra é minhoca. Pertenço ao mundo, ao Brasil e represento um povo de 60 milhões de pessoas, o Nordeste. Me magoa ter essa separação. Será que só vão reconhecer meu trabalho quando eu for para o plano espiritual?”. E critica a mídia por dar mais atenção a “artistas vazios”. “Vejo tanta resistência ao certo e facilidade ao errado. Isso amargura muito o artista não ser reconhecido em vida. Pelo trabalho, luta, ideias e performance”, afirma.


ENTREVISTA

De onde vem a inspiração para compor?
Isso é uma coisa espiritual, que pode surgir tomando banho, viajando, no avião, fazendo um lanche. Levo sempre um gravador para registrar a ideia e depois vou aperfeiçoando.

Como é sua relação com o público?
É o carinho que paga todo o sacrifício do artista. Faço parte da vida das pessoas. Mas uma coisa me incomoda: quando chego no canto, lavo as mãos para comer e alguém interrompe a hora da refeição, querendo me cumprimentar com a mão suja. Muitas vezes as pessoas acham que o artista tem que estar à disposição o tempo inteiro. É preciso impor um limite.   

Como compositor, você já foi gravado por outros artistas?
Sim. Já fui gravado por Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença, Marinês, Raimundo Fagner, Zé Ramalho.

E as bandas da nova geração do forró, eles procuram você para regravar suas músicas?
Não. E faço questão que não gravem. Eles vão, de certa forma, distorcer o nosso trabalho. O verdadeiro forró só existe um. Se tirar o triângulo, a zabumba e a safona, pode ser tudo no mundo menos forró. Eu acho que não é esteriotipando a mulher, cantando pornofonia, que você vai construir uma etnia musical. Acho que o forró precisa de renovação, mas desde que o artista tenha talento para representá-lo. Porque a cultura não precisa de ninguém, a gente que precisa dela. Eles fazem apologia ao mal gosto, aos palavrões, faltam com respeito aos mais velhos e deseducam a juventude. Acho que o caminho não é esse. Tem lugar para todo mundo e cada um escolhe qual deve seguir. Meu caminho é do verdadeiro e autêntico, é do Gonzagueano e Jacksoneano.

Você trouxe novidades para o forró. Como foi esse processo?
Botei metais, cordas, bogôs, mas não tirei triângulo, zabumba e sanfona. Nossa música não perdeu a identidade. Já gravei Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gonzaguinha, Patativa, por exemplo. E essas canções não perderam a essência do autêntico forró.

Você teria vontade de fazer alguma parceira improvável?
Minha história me proíbe cantar músicas que não representam nada para mim ou para os outros. Não faria parceria, pois eles bebem de uma água que eu não bebo. É impossível juntar o joio com o trigo. Eles pegaram nossa inovações, e a partir desse algo novo, deturparam e esteriotiparam. O novo virá sempre. Agora não pode pegar o novo e escandalizar. Não ouço, não gosto desse tipo de música. Já gravaram algumas coisas minhas, o Mastruz com Leite gravou Cavaleiro Alado. Mas não recriaram nada. Zé Ramalho me disse certa vez: "Quando regravar uma obra nunca repita o arranjo, porque é mesmice". É preciso trazer algo novo. Cada obra, quando é feita, o artista que produz coloca sua alma, você não temo direito de mexer na alma de alguém. Música e poesia são espirituais, um legado de Deus, ninguém pode meter a mão.

O que acha do sertanejo?
Eles sabem que no fundo, no fundo, serão esquecidos. Isso vem do vazio que outros grupos deixaram. Não ficou nada, não preencheu  o espaço. As pessoas ficam procurando algo para se apegar. A mídia mostra muito, o tempo todo. O que é um erro. Quem fala por você é sua obra. Não me pergunte desse pessoal, que não sei.

E Gonzagão? 
Gonzaga implantou no Brasil a filosofia da música brasileira. Ele foi um gênio que criou a verdadeira música do Brasil. Pouca gente sabe, mas o forró é uma música negra. Os dois maiores expoentes são negros: Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Até isso ele teve sorte, conseguiu romper preconceitos. Tive o prazer de partilhar dez anos de convivência com o mestre. Ele era matutão, simples. Gostava de comer caldo de cana com pão doce na beira das estradas. Certa vez, durante viagem para o Crato, paramos na Serra das Guaribas, em um barraca, para ele comer bolo de bacia com caldo de cana. Era autêntico, sem meias palavras. E meu cumpadre, padrinho do meu filho.

Como é sua relação com Dominguinhos?
Nossa relação sempre foi muito boa. Dois irmãos que se encontraram no forró, que lutam por ele e que tem como base a autenticidade. Depois de Gonzaga ele é o artista mais completo da música brasileira. Uma pessoa que produz alegria, poesia, positividade. Tenho certeza que ele vai se recuperar. Agora ele está bem melhor, os rins estão funcionando, ele se comunica com as pessoas através da escrita. Se Dominguinhos sair da trincheira será mais um grande general a menos.  

Como surgiu o seu figurino? 
Uma vez, Gonzaga disse: "Você tem uma voz identificável, mas se você não criar um detalhe físico, você passará despercebido. Porque a velocidade das informações que virá vai ser muito grande. Crie um tipo". Aí veio a ideia do branco. Como sou espiritualista, significa algo bom. Também é bom para luz, para o palco. Uma cor ímpar. O chapéu foi inspirado no meu pai e a cor branca foi adotada por ser a mistura de todas as cores. Não gosto de usar preto, que representa a ausência das cores.

 


ALCYMAR POR ALCYMAR

Quem é?
Sou uma pessoa calma, espiritualista, de bem com a vida. Cantar é minha missão e não minha profissão.

Trabalho
O trabalhar é uma terapia. Quando subo no palco e sinto uma energia ímpar, fico novo, renovado.

Religião
Sou Kardecista, não por opção, por nascença. A espiritualidade aflorou quando tinha 25 anos. Não como carne, não bebo e não fumo. Acho importante ter compromissos com o outro, ajudar e servir. Isso me torna um ser humano razoável.

Amor
É a parte mais sublime de Deus. Como disse Gonzaguinha: “A vida é o sopro do criador numa atitude repleta de amor”. (O que é o que é, de Gonzaguinha).

Felicidade
É você estar bem com você, com Deus e com as pessoas.

Família
É tudo. Quem não tem, não tem nada. Familia é a base, sustentáculo que mantém o mundo de pé.

Futuro
O futuro é duvidoso. Vejo hoje no futuro um presente apressado. As pessoas estão angustiadas para viver tudo rapidamente. A vida tem que ser vivida homeopaticamente. Acho que essa pressa de chegar a lugar nenhum é muito perigosa.

Relaxar
Gosto de ficar no mato, próximo à natureza, colher frutas do pé. Meu hobbie é plantar fruteiras: pitanga, acerola, graviola, manga.

Para 2014
Alcymar também vem trabalhando no disco A bandeira brasileira do forró, que deve ser lançado em 2014. O álbum contará com parcerias de Geraldo Azevedo, Chico César, Caetano Veloso, Zé Ramalho, Antônio Barros e Gilvan Neves. Duas canções que vão compor o disco estão prontas: País do futebol (um frevo sobre a seleção brasileira) e Fly (homenagem ao seu canário de estimação).

Números
86 trabalhos
12 discos só de Frevo
4 DVDs

Agenda 
19/06 – Frei Miguelim (PE)
22/06 – Tucano (BA)
23/06 – Petrolina (PE)
23/06 – Senhor do Bonfim (BA)
25/06 – Tanque Novo (BA)
26/06 – João Pessoa (PB)
27/06 – Socorro (SE)
28/06 – Campina Grande (PB)
29/06 – Retirolândia (BA)
30/06 – Maceió (AL) 

Fonte: Diario de Pernambuco

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