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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Música e memória » Rock dos anos 1980: o som que revolucionou uma geração

 Bandas de rock do pós-ditadura comemora 30 anos e as conquistas com um som de rupturas, contestações e busca por liberdade

  Tantas celebrações de 30 anos de carreira não são coincidência. Paralamas do Sucesso, neste fim de semana, Barão Vermelho, no fim de abril, Titãs, com o show do lendário disco Cabeça dinossauro, já passaram por Pernambuco com as turnês comemorativas daqueles idos de 1980, era de ouro do “rock brasileiro” – definição rebatida por alguns, como o polêmico Lobão.
Em meio ao fim da ditadura e aos primeiros anos da abertura política, a música refletia a energia da época. “Várias tentativas de desbunde foram abafadas. Os Beatles chegaram aqui em 1964, no início da ditadura. A Tropicália surgiu no ano do AI-5. No meu entendimento, os anos 1980 chegam com uma demanda reprimida e uma estrutura industrial pronta para abraçá-la”, acredita Ricardo Alexandre, autor do livro Dias de luta, publicado em 2002 e relançado recentemente pela Arquipélago Editorial (R$ 39,90).

Influenciadas pelo pós-punk e new wave dos EUA e da Inglaterra, surgiram bandinhas de amigos de bairro ou escola. “A gente viveu um momento peculiar, bacana na história. Nossa geração faz parte da linha de frente, queria botar a boca no mundo”, lembra Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso. “Eu tenho o maior orgulho. Depois do regime militar, a nossa geração foi a primeira a ter voz, a se expressar artisticamente”, reforça Guto Goffi, do Barão Vermelho. O rock dos anos 1980 se tornou porta-voz de um país ávido por se reinventar e propiciou espaço para rupturas e experimentações musicais sob guarida da liberdade. 
RPM defendeu sucessos como Olhar 43 e causava frisson com o vocalista Paulo Ricardo. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
RPM defendeu sucessos como Olhar 43 e causava frisson com o vocalista Paulo Ricardo. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
O som nem sempre era coeso. Havia São Paulo, outrora dos Mutantes e Raul Seixas, com a forte cena punk e os Vímanas (1974-1978) Lobão, Ritchie e Lulu Santos, figurinhas dos anos 1970 que circularam na década seguinte. Lulu produziu Titãs e Paralamas. Havia o Rio de Janeiro, com bandas reunidas sob o Circo Voador e envoltas pelo clima praieiro e pela malandragem carioca, na linha de João Penca e Seus Miquinhos Adestrados, criada em 1977, na qual o performático Eduardo Dusek ingressou em 1982. E tinha a turma de Brasília, que deixou o Planalto Central para se arriscar no Rio (Paralamas do Sucesso) e em São Paulo (Legião Urbana e Capital Inicial).



Ultraje a Rigor criou o hit Inútil. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
 Ultraje a Rigor criou o hit Inútil. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
E era essa a música que se ouvia em todo o país, das danceterias paulistas e casas cariocas às festinhas de prédios, discotecas e ao ArteViva, no Recife. “Passei tempos sem conseguir escutar a MPB que meus pais ouviam. Era muito melancólica. Lembro bem quando chegou o single da Blitz, com a música ‘só temos instrumentos’ (Weekend). A gurizada se identificou”, diz Paulo André, 45, fundador do Abril Pro Rock, em 1993.



Evandro Mesquita era o vocalista da Blitz, que era convidada para programas de TV como o de Chacrinha. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
Evandro Mesquita era o vocalista da Blitz, que era convidada para programas de TV como o de Chacrinha. Foto: Arquipélago Editorial/Divulgação.
Os outros estados respondiam com produções locais, mas poucas chegaram a se firmar nacionalmente, como Camisa de Vênus (BA), de Marcelo Nova, e a bem-sucedida Sepultura (MG). Do Rio Grande do Sul, veio, no fim da década, Engenheiros do Hawaii, com o pop rock de faculdade. Nem sempre com apuro estético, os grupos saíram dos ensaios de garagens para conquistar o país inteiro. Inclusive jovens do século 21, muitos nascidos quando eles já arriscavam os primeiros acordes.

Enquanto isso por aqui...

Pernambuco exportou, na década de 1970, Alceu Valença e Geraldo Azevedo. Na década seguinte, enquanto estourava o rock brasileiro, a produção local não conseguiu se projetar nacionalmente. Alguns artistas tentavam a sorte no eixo Rio-São Paulo, como Lenine e Lula Queiroga, que lançaram o discoBaque solto (1982) em terras cariocas. “Uma vez, uma senhora olhou para mim e disse ‘se ele fosse bom mesmo, não estava aqui’”, conta Lula Queiroga, sobre a juventude artística. Ele decidiu ir para o Rio, a carreira não deslanchou e voltou. Lenine se projetou somente dez anos depois, com Olho de peixe.

O estado era uma ilha, mas não sem movimentação musical. O próprio Chico Science, quase embaixador da música pernambucana na década de 1990, já participava de grupos de hip hop e fundava as bandas Orla Orbe e Loustal, as duas com Lúcio Maia e a última com Dengue, ambos da Nação Zumbi até hoje. A Mundo Livre S/A foi criada antes, em 1984. E Fred 04 já tinha sido líder da Serviço Sujo, pouco antes.

Cannibal lembrou como era a cena no Recife dos anos 1980. 
Foto: Felipe Ribeiro/Divulgação.
 Cannibal lembrou como era a cena no Recife dos anos 1980. Foto: Felipe Ribeiro/Divulgação.
A cena do metal e hard rock era intensa na década de 1980, embora o público ainda se formasse. Cruor, The Ax e Realidade Encoberta começaram as atividades na época. A Câmbio Negro H.C, que retornou à ativa em 2013, nasceu em 1984. Herdeiros de Lúcifer foi a primeira banda de metal pernambucana, com covers de Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Judas Priest. “A gente ainda estava dentro de casa, ensaiando, tocando na periferia. Era show para a gente mesmo, para os amigos das bandas”, conta Cannibal, da Devotos. Naquela época, ele, como todos os jovens, gostava mesmo era dos shows no Circo Voador, onde viu Legião Urbana e Capital Inicial.

Luiza Maia - Diário de Pernambuco

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