Wilson Batista não passava de um rapazola de 20 anos a assediar os cantores mais conhecidos em busca de emplacar alguma de suas composições nas emissoras de rádio do Rio de Janeiro. Tudo começou com um samba de Batista, que fazia a apologia da figura clássica do malandro, intitulado Lenço no pescoço: “Meu chapéu do lado/Tamanco arrastando/Lenço no pescoço/Navalha no bolso/Eu passo gingando/Provoco e desafio/Eu tenho orgulho em ser vadio”.
Noel não gostou e replicou em alto estilo, implodindo verso a verso com a mitologia do malandro desenhada por Wilson Batista: “Deixa de arrastar o teu tamanco/Pois tamanco nunca foi sandália/E tira do pescoço o lenço branco/Joga fora esta navalha que te atrapalha. Com chapéu do lado deste rata/Da polícia quero que escapes/Fazendo samba-canção/Já te dei papel e lápis/Arranja um amor e um violão”.
Correio Braziliense
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