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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

POESIA: Zeto, poeta andarilho adotado pelo Pajeú


José Antônio do Nascimento Filho - Zeto, também conhecido como Zeto do Pajeú, foi um Poeta, Cantor, Compositor Teatrólogo. Nasceu na cidade de Canhotinho - PE, em 1956. Era um menestrel, um autentico cantador do Sertão antigo, como afirma na sua cantiga Andarilho (...)Imitar os ciganos andarilhos, percorrer os caminhos dos trocadilhos(...)”. Durante uma viagem a São Paulo, Zeto conheceu Bia Marinho, filha do repentista Lourival Patriota (Louro do Pajeú) – “rei do trocadilho”. Morou muitos anos na cidade de São José do Egito, onde se casou com cantora Bia Marinho e tiveram os filhos Antônio Marinho do Nascimento e Miguel Marinho. Da parceria musical surgiu o disco, Estrada, em 1989, dedicado ao poeta e compositor José Marcolino. Participou da campanha do programa eleitoral de Miguel Arraes, em 1986, improvisando em cima do mote “Arraes vai entrar pela porta que saiu”. Apresentou o programa Pé de Serra, na TV Jornal, em 1996, foi compositor de forró bastante requisitado pelos artistas do gênero. Entre os que gravaram suas composições estão Bia Marinho, Paulo Matricó, Alcymar Monteiro e Flávio José. Gravou seu último disco em 1999 – com o título de Curvas. Morreu em outubro de 2002 em Palmares, de complicações no fígado, sendo enterrado em Canhotinho-PE, cidade onde reside sua família.

Blog. Prof. lano Pires


Tempo

És o deus do nascimento
Estás presente na morte
Vives a mudar a sorte
As horas são teu alento
Sendo irmão do andamento
Te espalhas por todo canto
Alguém tece o teu manto
Depois tu mesmo o desgastas
Te mostrando em teias vastas
Tu és o tempo esse encanto. 


Andarilho

Vou cantar com total atrevimento
Imitar os ciganos andarilhos
Percorrer os caminhos dos trocadilhos
Vendo louro inventar um novo invento
Misturar poesia e andamento
Construir uma estradeira
Ter um sonho normal numa esteira
Numa noite no lindo Moxotó
Caminhar nas estrelas vendo o pó
Das passadas da glosa derradeira

Imitar o pavão com suas cores
Vou vestir colorido em minha vida
Tratarei como sábio esta ferida
P’ra lembrar a loucura dos amores
Pois os loucos os grandes sabedores
Dão ao lúcido a loucura do real
Pra mostrar que o bem intencional
Faz morada em lugar bem diferente
Qualquer cor, qualquer dor é sempre gente
Sugerindo a paixão o seu aval

A tarefa é não ter nenhum caminho
P’ra encontrar o caminho do não ter
Ser irmão do bonito amanhecer
Ser agulha seguindo o seu alinho
Encontrar multidões quando sozinho
Colocar tom menor no violão
Ser maior entoando uma canção
Perceber quanto tempo falta ainda
Colocar no cabelo a fita linda
Como fosse uma estrofe de canção



No batente de pau do casarão
...José Antônio ( ZETO)
Mote de Manoel Filó)

De Braúna foi feito este batente,
Bem sentado no chão por um pedreiro,
Cada marca no corpo é um janeiro
Que lhe deixa por um lado assim pendente,
Mesmo assim rijo, forte e resistente,
Se escalda nos dias do sertão,
E o passado lhe trás recordação, 
Dos trinados de esporas e dos chocalhos,
Que fizeram com o tempo estes mil talhos,
No batente de pau do casarão.

No batente da casa da fazenda,
Tropecei quando ainda era bem moço,
Esperei mãe trazer o meu almoço,
Vi Maria sentada fazer renda,
Muita gente deixava encomenda,
Um menino batia seu pinhão,
Pra ficar bem macio em sua mão,
Dava cortes profundos na madeira,
Tem até um buraco de pingueira,
No batente de pau do casarão.


Eu conheço a história de um batente
Que por mais de cem anos foi pisado
Quando a casa caiu foi retirado
Pro uma sobra que havia assim na frente
E de assento servia a muita gente
Esperar com a família o caminhão
Quantos anos ficou ali no chão
Esperando no chão com paciência
Acho até que existe consciência
No batente de pau do casarão

Fonte: Blog de Otacílio Pires

Um comentário:

  1. Massa!!! Pouca coisa do poeta para encontrar na web, mas aqui se fez um bom registro.

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