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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 2 de abril de 2013

MÚSICA / HOMENAGEM: Clara Nunes>> um eco que já dura 30 anos



Uma efeméride na música pautou tributos, projetos temáticos, inauguração de um museu e reportagens em 2012: os 70 anos de Clara Nunes - celebrados dia 12 de agosto. As homenagens à intérprete mineira se estendem para assinalar os 30 anos de saudade. Em 1983, faleceu após ficar quase um mês em coma, quadro resultado de uma alergia à anestesia durante cirurgia de retirada de varizes.

Três décadas se passaram e a obra interpretada pela artista ecoa com expressão. A importância do Ser de luz - síntese criada por João Nogueira, Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte para definir Clara Nunes - é reverberada. Em Pernambuco, sambistas a colocam numa espécie de andor imaginário, sobretudo por proliferar o gênero musical e a cultura afro-brasileira ou por aumentar o espaço para intérpretes femininas em gravadoras.

Karynna Spinelli fala da forte influência do candomblé em seu trabalho. Traços afro-religiosos de Clara Nunes. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.PressReferência que subiu o morro

Em Pernambuco, uma das principais seguidoras de Clara Nunes é Karynna Spinelli. Aos 4 anos, nasceu a relação entre a compositora do Morro da Conceição e a obra da mineira. Karynna a conheceu através do pai seresteiro e da mãe violonista. Desde 2008, reproduz o canto de Clara nos palcos do Recife.

Na vida pessoal, batizou a filha de Klara Lua, hoje com 7 anos. Na artística, Karynna suga figurino, repertório, poesia, iluminação e até a moral deixada pela Guerreira, como era conhecida, para esculpir a carreira. “Clara não tinha preconceito com raça, religião ou qualquer tipo de som”, ressalta. O respaldo maior vem do lar. O filho da pernambucana, de 14 anos, diz para a mãe: “A hora que você canta mais bonito é quando canta Clara Nunes”. Para Karynna, a história da música se perpetua dessa forma. Os filhos, representantes de outras gerações, endossam a arte de Clara.

Na terra do frevo, a pernambucana canta samba, cultura popular e o candomblé. Sobre a religião, evita uma apresentação caricata. “Fui vivendo e respirando Clara Nunes para trilhar o meu caminho na música. Ela é uma grande força para que eu cante o candomblé em cima do palco”, frisa a compositora.

Em 2008, Karynna protagonizou o primeiro espetáculo em homenagem a ela, sendo a primeira artista pernambucana a montar um show conceitual sobre a intérprete. No dia em que completaria 70 anos, estrelou o concerto Uma noite Clara, no Teatro Luiz Mendonça, com a presença do músico Jorge Simas, que já acompanhou Clara Nunes no palco. Em março, promoveu uma edição especial do Clube do Samba do Recife.

Aos 33 anos, a intimidade com a obra de Clara Nunes não exclui o encanto no olhar de Karynna. Ainda hoje, por exemplo, chora ao cantar versos da música A preta e a Clara, composta por Selma do Samba, que diz: “ô, Clara, que pena eu cheguei mais tarde. Mas o meu pensamento invade e envia flores pra você…”





Gerlane Lops prepara espetáculo em homenagem à intérprete mineira. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA PressRedenção através do samba

Clara Nunes começou cantando boleros e samba-canção. A consagração popular se firmou com a redenção ao samba na década de 1970, após o sucesso Conto de areia. Gerlane Lops é cantora há 16 anos. Assim como Clara, a compositora e intérprete pernambucana só encontrou o gênero musical mais tarde. O início da carreira foi interpretando composições de artistas pernambucanos, como Lula Queiroga e Dominguinhos. Na estrada com o samba, conquistou maior notoriedade e, segundo ela, comparações com a intérprete mineira.

“Desde que comecei a cantar samba, as comparações existem. Sempre fiquei desconfiada. Tentei me distanciar um pouco para evitar”, confessa Gerlane. Em uma reflexão sobre as associações, admite ficar feliz, mas não esconde o receio: “A responsabilidade é grande”. Há dois anos, disseca a biografia e discografia de Clara Nunes. Decidiu entender mais sobre o ícone da música brasileira.

“A força de interpretação de Clara Nunes é minha maior inspiração. Não sou cantora. Sou intérprete. Clara foi intérprete. Era uma via de comunicação para o público entender, sorrir ou se emocionar com os versos”, pontua. Ainda sem previsão de estreia, Gerlane formata o espetáculo Salve Clara, com composições interpretadas por ela ou dedicadas a ela. No DVD Da Branca, lançado em 2012, Gerlane gravou a música Obsessão, composição de Milton de Oliveira e interpretada por Clara Nunes.

“Aconteceu essa coincidência. Só depois ouvi a versão de Clara, que canta de uma forma muito especial”, explica.
Em março, a intérprete fez um “prelúdio” do projeto na sede do Galo da Madrugada, com a presença de artistas pernambucanos. Para ela, que também assina o roteiro, o desafio maior está em definir o repertório. Ao contrário de Karynna Spinelli, Gerlane não possui ligação com a religião candomblé e nem tem intenção de reproduzir figurino semelhante ao da artista. Apenas admira a cultura afro e “veste” o respeito que a mineira propagava na arte.



Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

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