Aluísio
Gomes Lopes, nascido na zona rural, no município de São José do Egito,
Pernambuco, aos três anos de idade foi morar na cidade. Desde muito cedo
apresentava seus dotes e paixão ao lado artístico, direcionado ao campo da
música. Ainda na pré-adolescência já começava a sua aproximação a outros de
mais ou menos sua idade, de gosto parecido ao seu. Inebriado ao som dos acordes
dos violões, juntamente aqueles, forjava possíveis saídas em exercícios
escolares, na casa de colegas no intento de irreverentemente cortar algumas
madrugadas, entregue às serenatas, amigos e canções. Eram os ousados e
novíssimos boêmios que ali estavam nascendo na pequena cidade da poesia e da
canção. Aos dezesseis anos foi morar na cidade de Arcoverde, e lá fez seu teste
e ingressou no primeiro e sonhado conjunto musical que pertencia à escola em
que estudava. Depois viria participar das grandes festas natalinas que aquela
cidade promovia na época.
Finalmente
em julho de 2003, na companhia de alguns músicos amigos, como seu antigo
parceiro musical Haroldo Santos, Eloi Oliveira e seu filho Neimar Lopes, entre
outros, apresenta-se no Festival Universitário de São José do Egito, com o Show
Reportar. Repertório de qualidade, cantando canções de nomes consagrados da
MPB. Apresentação esta, que valeu como a melhor daquele festival de cultura
popular. Saindo um cd ao vivo com boa aceitação do público. Depois gravaria Um
Solo de Paz, com todas as músicas de sua autoria e algumas em parceria
com poetas da sua região. Disco este que “veio
trazer um importante sentimento de realização já que trata dos tempos atuais
com preocupação com temas como: aquecimento global, misticismo, paz e outros
mais” diz o cantor poeta. Ele ainda continua fazendo shows e
apresentações solos.
Aluísio Lopes é um amante da poesia e nas horas de
suas inspirações poéticas costuma brincar de escrever os seus sentimentos em versos e prosas. Afinal,
ele nasceu às margens do Rio (Pajeú) onde, que no seu leito corre a poesia. Deram
esse mote a ele; ele fez essas quatro décimas.
Mote: Vejo o espelho cruel da minha sorte /
Refletindo
a beleza do passado
Bem pequena, muito amada por meus pais
Não sabia o que era sofrimento
Encantada no meu próprio encantamento
Muito longe, bem distante dos meus ais
Sem saber que futuros carrascais
Chegariam, num ocaso inesperado
Num impasse se faria inaugurado
Sem aviso sem mostrar o passaporte
Vejo o espelho cruel da minha sorte
Refletindo a beleza do passado
Feito jovem, pele linda, tez nevada
Como a pura porcelana, a eleita!
Sublimar, belo lírio que enfeita
Todo campo, branca mesa entoalhada
De repente, mais que de repente em nada
Tudo, tudo, isso vejo transformado
Todo traço de beleza, ocultado
Minhas linhas, minhas curvas, são deporte
Vejo o espelho cruel da minha sorte
Refletindo a beleza do passado
Meus cabelos que pendiam belamente
Ralearam, não mais chegam à cintura
Meus catorze anos, de alma pura
Do pecado carnal, eu era ausente
Mas o dia D da dor se fez presente
Apossou-se, fez morada do meu lado
A alegria para sempre fez traslado
Lá bem longe foi morar, não sei seu norte
Vejo o espelho cruel da minha sorte
Refletindo a beleza do passado
Ao passar na vitrine, me espanto
Custo crer na figura projetada
Um espectro assustado sai do nada
Arrebata meu momento, desencanto
A tristeza se apodera, cai o pranto
Cubro o rosto pra não ver meu próprio estado
Lembro todos que roubaram meu primado
Olho em volta, a saída é só a morte
Vejo o espelho cruel da minha sorte
Refletindo a beleza do passado.
Portal do Pajeú
Cantigas e Cantos
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