"Ele (Vinicius de Moraes) sempre insistiu que cantasse uma nota grave que eu não conseguia alcançar. Aí, deixei de lado. Hoje, percebi que já conseguia dar a nota. E decidi: ´agora vou gravar´!", destaca a cantora, feliz com o resultado.
Sempre sorridente, ela comemora o novo ânimo na carreira. Este é o seu 16º disco, o segundo em um intervalo de pouco mais de um ano.
Show
O CD e o DVD trazem o registro do show realizado em maio de 2012, no Teatro Fecap, em São Paulo. O lançamento é do selo Lua Music, com direção musical e arranjos de Dino Barioni e produção de Thiago Marques Luiz, os mesmos que assinaram a versão de estúdio, lançada pela gravadora Joia Moderna.
No palco, seguindo a linha do disco de estúdio, Amelinha apresenta um espetáculo musicalmente enxuto, acompanhada pelo próprio Barioni, na guitarra e bandolim, e pelo violonista Emiliano Castro. O formato permite que, ladeada em cena pelos dois músicos, Amelinha ponha em evidência a potência, expressão e delicadeza de seu canto.
O repertório muda um pouco em relação ao disco de estúdio. Ficam de fora faixas como "Planície de Prata", de Almir Sater e Paulo Simões, "Algum Lugar", de Marília Medalha e Vinicius de Moraes e "Olhos Profundos", de Renato Teixeira. No lugar delas e ampliando para 20 o número de faixas no DVD e 16 o CD, entram alguns dos sucessos de Amelinha, como "Mulher nova bonita e carinhosa" (Zé Ramalho e Otacílio de Souza) "Foi Deus Quem Fez Você (Luiz Ramalho), "Frevo Mulher (Zé Ramalho) e "Água e Luz" (Tavito e Ricardo Magno). Também a já citada e inédita por Amelinha "Ai Quem Me Dera".
"No disco anterior, nós evitamos algumas músicas para não ficar naquela história de só cantar os antigos sucessos. E foi interessante porque houve uma identificação do público. A repercussão foi muito boa. E vimos a necessidade de agilizar o mais rápido possível o CD e DVD ao vivo. E como se estende mais o repertório, incluímos os sucessos", detalha Amelinha, sobre a escolha.
Parceiros
A cantora aproveitou a gravação para reunir no palco alguns de seus parceiros musicais. Toquinho, por exemplo, é o primeiro a subir no palco, acompanhando ao violão a interpretação de "Valsinha", música de Chico Buarque com letra de Vinícius de Morais. Toquinho compartilhou com Amelinha um dos momentos mais definitivos de sua carreira artística, quando, antes mesmo de lançar o primeiro disco, a cantora e o compositor foram escolhidos por Vinícius para acompanhá-lo, em turnê no Uruguai.
Além dele, sobem ao palco Raimundo Fagner, de quem é amigo desde o final da década de 1960, e Zeca Baleiro. É de Zeca uma das músicas mais expressivas mantidas do disco de estúdio, "O Silêncio". Baleiro divide os vocais em "Asa Partida" (Fagner e Abel Silva) e "Flor da Paisagem" (Robertinho do Recife e Fausto Nilo), nesta última encerrando o show também com a presença de Fagner. Antes, o cearense participa em dueto com Amelinha, cantando e tocando o violão em "Depende" (Fagner e Abel Silva).
O disco, como a própria cantora analisa, vem uma fase de expansão de sua carreira. Oras retraída ao público, outras concentrando na música toda sua energia, Amelinha intercalou períodos de intensa produção a hiatos de anos sem novos trabalhos. "(As novas obras) são Janelas que eu estou abrindo. Que nós estamos abrindo. Porque uma andorinha só não faz verão", encerra.
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