Poesia: "Soneto ecológico", um soneto de Brandão Filho

Foto: Gilberto Lopes

SONETO ECOLÓGICO

Derrubam as florestas do Brasil
Em nome de um vil desenvolvimento
Mas que progresso atroz, é rendimento
Enfumaçar um céu da cor de anil?

Nascidas antes do vinte e um de abril,
Arvores frondes no descobrimento
que florescidas em feliz momento
São derrubadas em momento vil.

Serras ferindo plantas amazônicas,
Deixam tonalidades desarmônicas,
São vis clareiras no vale Amazonas.

Corta, a serra, a carne da madeira,
O cerne, a seiva, a flora brasileira
Aos poucos carcomendo aquelas zonas.

Brandão Filho 

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