quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Memória: Manuscrito de Cancão, um testemunho vivo

Raríssimo manuscrito de Cancão (João Batista de Siqueira), um  dos maiores poetas do Brasil, e que está sendo postado aqui nessa matéria para todos os estudiosos, pesquisadores e colecionadores da poesia.  Uma obra raríssima guardada e que estava em mãos privada até agora, faz parte do arquivo pessoal  de Maria José Braz.  Um testemunho vivo que ela teve a generosidade de honrar e presentear o nosso blog Cantigas e Cantos com essa grande relíquia de seus acervos pessoais. Destaco ainda para mais dois poemas manuscritos pelo autor e que postarei posteriormente.
Cancão nasceu em 12 de maio de 1912, no Sítio Queimadas, município de São José do Egito – PE.  E faleceu em 05 de julho de 1982 em sua cidade natal. Deixou três livros publicados: “Meu Lugarejo”, ”Musa Sertaneja” e “Flores do Pajeú” e alguns folhetos de cordel.


Grande amor

O teu rosto é uma flor
Pelas brumas rociado
Puramente bafejado
Das brisas do meu amor
Tens um gesto encantador
Alma perfeita e polida
A tua face é querida
Teus olhos duas estrelas
Permita Deus sempre vê-las
Todos momentos na vida

És das regiões polares
A mais delicada planta
Vives igual uma santa
Entre as toalhas lunares
Os gênios dos longos mares
Dão-te atração soberana
És a mais bela liana
Em forma de criatura
Nasceste da ninfa pura
Da maresia indiana

Duas almas bem unidas
São duas gotas de orvalhos
São duas rosas num galho
Das brisas favorecidas
São duas plantas erguidas
No campo das ilusões
Duas imaginações
Que numa só sendo brilham
No céu de dois corações

João Batista de Siqueira (Cancão )

Texto: Gilberto Lopes -
Cantigas e Cantos

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