JUDEU ERRANTE
Somente hoje tristíssimo descubro
Pelas poucas notícias que me envia
A falência das juras da judia
Cujo nome de beijos, inda cubro
Naquela noite azul do mês de outubro
Quando a boca de Tâmara me abria
Gulosamente o meu amor bebia
Na carne fina, do teu lábio rubro
Juro ficar cristã, disse a meus pés
E eu jurei pelas tábuas de Moisés
Que seria um hebreu dess’hora em diante
Vejo agora a loucura do meu ato
A judia mentiu, mas eu de fato
Serei por seu amor judeu errante.
Rogaciano Leite
Belíssimo soneto como, de resto, toda a obra desse grande poeta.
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