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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 27 de dezembro de 2015

São José do Egito: 101 anos de Louro, 60 anos de Zeto > "Já vai começar a feira", por Ésio Rafael

Fotos de Paulo Carvalho
"JÁ VAI COMEÇAR A FEIRA"!
De três a seis de janeiro próximo, em São José do Egito, no Pajeú pernambucano, teremos a festa dos 101 anos do Louro do Pajeú, a propósito do que ocorreu no ano passado ( os 100 anos) com muito exito e dos 60 de Zeto. Isso muito representa, principalmente para aqueles que pegaram o bonde nas primeiras estações de viagens, rumo à Terra Santa das musas e do verso de improviso. A cada seis de janeiro, a festa rolava na casa de Lourival, nas primeiras horas matinais, numa cidade, onde quem não fosse nada, seria pelo menos, sobrinho do Augusto dos Anjos.
Cantadores de várias gerações e regiões do Nordeste iam chegando com suas violas à tira colo, caminhando perfilados, até a home do genial poeta. Parecia mesmo uma procissão onde cada poeta conduzia o seu próprio andor em um dos lados das costas.
Nomes famosos se aglomeravam na rua, na calçada, no terraço, no corredor e na cozinha do "Rei dos Trocadilhos", apoiados por dona Helena Marinho, mãe de todos e guardiã da cidade.
Familiares, amigos, admiradores e poetas, ao som das violas, das glosas e das prosas teciam o dia que parecia terminar num piscar de olhos, com tantas coisas para se admirar. Sobre a mesa, o café da manhã era rotativo, e pra quem fosse chegando. O cantador, "poeta/vaqueiro", Pedro Amorim, de extenso bigode e camisa quadriculada, chegava, de Itapetim, com meio saco de galinha de capoeira ("legítima" como diria dona Mercês, mãe de Zeto) retirava do ombro e fazia a devida entrega para "Mãe Nena".
Na sala/terraço, as duplas de violeiros se revesavam ininterruptamente, para os "baiões de viola". Urbano Lima, apologista, escritor e empresário do mundo das construções, era figura carimbada nos aniversários do Louro. O Professor Paulo Marques, da URFPE, que o Pedro Amorim o batizou de - Padre eterno, em consequência de sua longa barba, também participava da festa anual. Estudantes secundaristas e universitários, também faziam parte. Joselito Nunes, poeta, escritor, também conferia presença, além de divulgar os poetas, ao publicar vários livros dos cantadores, por ser ele, diretor da Imprensa Universitária da URFPE. Enfim, toda a cidade se mobilizava para os festejos de aniversário do mestre.
Hoje, filhos e netos celebram o aniversário do poeta com o apoio principal do - INSTITUTO LOURIVAL BATISTA, localizado na cidade de São José do Egito.
No mais, vamos encerrar essa história de hoje, com dois versos, sendo um do Louro e outro do Zeto. A começar por Lourival, numa- Roda de Glosa, no clube Democrático em Arcoverde, durante o Festival de Violeiro, onde só tinha "fera", dentre elas, Patativa do Assaré, nos anos 80, em cima do mote dado por Diniz Vitorino - COVEIRO SEM ESPERANÇA/NÃO SEPULTE O MEU PASSADO:
Louro - VELHO COVEIRO OBSCURO
DA MORTE ÉS UM BENEMÉRITO
SETENTA ANOS DE PRETÉRITO
E QUASE NADA DE FUTURO
EU VIVO PAGANDO JURO
E UM TANTO IMPRESSIONADO
HOJE ABATIDO E CANSADO
DEIXE O VELHO SER CRIANÇA
COVEIRO SEM ESPERANÇA
NÃO SEPULTE O MEU PASSADO.
Zeto- A GENTE CASOU BEM ANTES
DE IR PRA IGREJA DE DEUS
OS TEUS OLHOS JUNTOS AOS MEUS
ETERNIZARAM OS INSTANTES
FOMOS LIVRES E ERRANTES
QUE LOUCURAS COLOSSAIS
JUNTAMOS OS IDEAIS
PRA NO FIM DAR TUDO ERRADO
ESTÁ TUDO CONSUMADO
NÃO NOS PERTENCEMOS MAIS.
Por Ésio Rafael

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