terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Rio Pajeú: “O Rio da minha infância – Parte 2”, por Gilmar Leite


O RIO DA MINHA INFÂNCIA – Parte 2

Hoje a caminhada foi no sentido Monte, onde fica uma igrejinha. De cima do monte, vê-se São José do Egito a oeste. Ao norte, fica a cordilheira da Borborema, na qual tem o Pico do Jabre, segundo ponto mais alto do Nordeste.
Voltando da caminhada, passei pelo "Riacho dos Porcos", afluente do Rio Pajeú. O pequeno riacho, apesar do nome sugestivo, na época da minha infância, era um lugar cheio de peixes e de poços, para eu pescar e tomar banhos com meus colegas. Mais ou menos na década de 80, foi feita uma canalização dos esgotos da parte baixa de São José do Egito. Além dos agentes poluidores, desembocava restos de óleos que vinham das oficinas de carro. Lembro bem quando eu passava, via os peixes agonizando e morrendo por causa da poluição. 
Hoje, depois de passar pelo riacho dos porcos, passei sobre a ponte urbana do Rio Pajeú. Ao olhar de cima vi um poço extremamente poluído, dos esgotos que descem da parte alta da cidade. Uma sujeira de causar dó, no lindo rio que banhou Rogaciano Leite, Antônio Marinho, os irmãos Batistas, Job Patriota, Cancão, Bio Crisanto, Zé Dantas... E tantos e tantos poetas, cangaceiros...Figuras lendárias do lindo Pajeú das Flores. A minha geração de poetas, também tomou banhos nas águas barrentas ou turvas do " Rio do Feiticeiro".
Há anos, a sociedade civil, empresarial, agroindustrial, está destruindo nossos mananciais de água.
No Rio Pajeú de hoje, só corre as águas da poesia, que apesar da poluição cultural, tem resistido através dos poetas e cantadores.

Por Gilmar Leite    

Fotos de Gilmar Leite – 28/02/2015
Gilmar Leite

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Um comentário:

  1. Isso aí grande Gibas. Valeu a divulgação do meu escrito no seu visitado e importante blog.
    Obrigado amigo
    Abraços
    Gilmar Leite

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