terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Poesia: "Tocaia do tempo", um soneto de Flávio Petrônio


TOCAIA DO TEMPO

Não há perpetuação na natureza
A não ser a busca do perpetuar.
Procurando manter, vive a mudar,
Da sua superfície, a sua profundeza.

Jamais existiu império ou fortaleza,
Sem que sua estrutura, ao desmoronar,
Erguesse no tempo o recuperar
Do seu apogeu, sua esperada nobreza.

Pois neste mundo nada permanece
Sendo refém daquilo que acontece,
Repetindo, só por ser consequente.

O tempo espalha na sua dimensão
Todo o ácido que corrói a pretensão
De quem ver o universo recorrente.


Poema: Flávio Petrônio.
Fotografia: Flávio Petrônio
Campina Grande – PB, 30 de novembro de 2015
A foto do perfil de Flávio Petrônio

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