Para ver que meus dias foram ermos
Posso até defini-la nestes termos:
Vida breve, repleta de vanglória.
Já vislumbro o final de minha história
Que vivi respirando vaidade.
Eu nem tenho de quem sentir saudade
Vai ser fácil demais me esquecer
Não perdi a vontade de viver
Mas a vida perdi sem ter vontade.
Enganando a mim mesmo com mil vícios
Inquilino de muitos meretrícios
Vendedor de mentiras e cinismo
O que muitos chamavam de lirismo
Era a minha fugaz futilidade
Sonhei muito, não fiz nem a metade
De um terço que me propus fazer.
Não perdi a vontade de viver
Mas a vida perdi sem ter vontade.
Onde vou celebrar as desventuras
Disfarçar com bebida as amarguras
E de novo tentar fugir de mim
Os meus dias tem sido sempre assim
Um desfrute de falsa liberdade
Fingi tanto de ter felicidade
Que ninguém percebeu meu padecer.
Não perdi a vontade de viver
Mas a vida perdi sem ter vontade.
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