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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

DISCO: Elba Ramalho exercita a liberdade em Do meu olhar pra fora

A produção é de Yuri Queiroga e de Luã Mattar, filho da cantora




O nome inicial do novo disco de Elba Ramalho seria Livre, mas havia muitos projetos homônimos: "O título acabou surgindo de uma conversa com Thais Gulin. A gente conversava sobre isso, quando ela sugeriu o Do meu olhar pra fora, que é um verso da música É o que me interessa (Lenine e Dudu Falcão), que está no disco. Concordei na hora" conta Elba Ramalho, em entrevista por telefone. O 33º álbum da paraibana de Conceição do Piancó (estreia na gravadora Coqueiro Verde) causará surpresa aos que a fixaram no nicho de cantora de forró, embora continue cantando ritmos da região. O novo trabalho abre com Olhando o coração, um baião de Dominguinhos (com Climério Ferreira, uma das duas composições inéditas dele no CD). Mais adiante canta, de O Cordel do Fogo Encantado, Nossa Senhora da Paz.

Elba admite que a atual situação da indústria fonográfica foi um incentivo para que se aventurasse a sair da trilha mais segura. Igualmente contribuiu para isso ter um estúdio doméstico bem aparelhado: "Fizemos boa parte do projeto em casa. Há tempos que tinha o estúdio, Luã foi cuidando de equipar e hoje posso gravar com ótima qualidade", jacta-­se. Luã (Mattar) é seu filho, músico formado na escola de Berklee, em Boston, que se inicia na produção e co-assina com Yuri Queiroga Do meu olhar pra fora. "É um disco que tem o olhar voltado para o mundo", ressalta a cantora, que canta uma faixa em francês e enceta um dueto com a portuguesa Carminho (em Nos ares de Lisboa ­ um passarinho enganador, de Dominguinhos e Fausto Nilo).

Poderia acrescentar um "Pernambuco embaixo dos pés e minha mente na imensidão", citando Chico Science, de quem incluiu no repertório Risoflora (do álbum Da lama ao caos, 1994): "Chico foi muito importante e devo ser a primeira cantora que grava esta música", ressalta Elba, que nesta faixa tem as programações de um mangueboy de primeira hora, o DJ Dolores, e a inusitada presença da harpista Cristina Braga. Do olhar pra fora pode ser visto como uma sequência do também ousado Qual o assunto que mais lhe interessa? (2007), produzido por Yuri Queiroga , e com maioria do repertório assinada por autores pernambucanos.

Desta vez Pernambuco começa pela capa, do artista plástico Daniel Edmundson. Metade do repertório tem assinatura de pernambucanos e grande parte dos músicos é do Estado: do baterista Tostão Queiroga, palhetas e sopros do maestro Spok, Enok Chagas e Nilsinho Amarante, às guitarras de Yuri Queiroga e Paulo Rafael e percussão de Lucas dos Prazeres. Mas o espectro é tão amplo que não repercute tanto o sotaque pernambucano. Ela gravou, por exemplo, de Serge Gainsbourg, uma canção rara do pouco conhecido filme ítalo/franco/iugoslavo, de 1971, Le roman dun voleur de chevaux (O romance de um ladrão de cavalos), dirigido por Abraham Polonsky e Fedor Hanzekovic: "Foi uma sugestão de Yuri Queiroga, que demorei a concordar em gravar. Não sei se não fosse isso eu teria escolhido esta música. Mas topei, e pedi ao ex­cônsul 03/04/2015 JC Premium http://jconlinedigital.ne10.uol.com.br/web/ 2/2 francês Richard Barbeyron para me ajudar na pronúncia. Acho que ficou boa, mas o sotaque nordestino permaneceu". Nesta faixa o paulista Marcelo Jeneci desdobra­-se no piano, cravo acordeom e ainda assina o arranjo.

Elba Ramalho fez o seu álbum mais ousado, sem chegar ao experimentalismo avant­garde: "Acho que é preciso arriscar, é fácil se autoplagiar, quis fugir disso, de me repetir,", comenta a ex­baterista do conjunto feminino de iê iê iê As Brasas, com quem tocou adolescente em Campina Grande (PB). Do olhar pra fora é um disco que tem a ver com liberdade, de quem está destravada o suficiente para experimentar andamentos, timbres, tonalidades progressivas numa composição dos reis do samba Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz, na inédita Ser livre: "Zeca nem ouviu ainda. Somos amigos há muitos anos, nos visitamos, conversamos muito. Há uns 30 anos ele me prometeu uma música. Nos encontramos um programa de TV e ele me lembrou a peomwaa e mandou, uma fita"

José Teles

JConline

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