QUANDO O PRANTO DA NUVEM SE DERRAMA'
E a galinha de pinto se aninhando
Quando a bruma começa derramando
E os pingos na seca dando o troco.
Um trovão se rebela num pipoco
E o torrão de outrora vira lama
Essa lama com rama vira cama
Pra o sapo "cantar" só basta uma
O Sertão se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.
Quando o Pai da bondade manda chuva
E um comboio bonito de saúva
Dar km na busca de um toco.
O Nhambu se peneira e vai ao choco
Na barroca coberta pela rama
E a ramagem viçosa se enrama
Numa serra verdosa quando "fuma"
O Sertão se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.
O "relampo" no céu desenha um jota
De manhã corre água numa grota
E o barreiro Afogado está sangrando.
Paturi faz a festa se lavando
Fica a água amarela como brama
É a caatinga mudando seu pijama
E a Perdiz camuflada em sua pluma
O Sertão se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.
Vejo os versos de João Paraibano
Na mudança de clima todo ano
Em Diniz vejo um grande aliado.
No roceiro que planta seu roçado
No Sertão que ele preza e tanto ama
No suor que da testa se derrama
Na ninhada de ovo da inhuma
O Sertão se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.

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