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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SHOW: Sá & Guarabyra: 40 anos e muitos rocks rurais

Ícone dos anos 1970, a dupla completa quatro décadas com show dedicado ao gênero que consagrou

Image-1-Artigo-1799895-1O encontro de guitarras da geração hippie com toadas, as paisagens e a cultura do interior do Brasil fundiram-se nos anos 1970 em uma das mais criativas e marcantes vertentes da nossa música popular: o rock rural. À frente, estavam o trio Zé Rodrix, Guttemberg Guarabyra e Luis Carlos Sá. Os dois últimos, após a saída de Zé, cultivaram uma longeva parceria, que, entre sucessos como "Sobradinho", "Espanhola" e "Roque santeiro", chega aos 40 anos, ainda na ativa.
Image-0-Artigo-1799895-1Os dois apresentam de hoje a domingo, em cinco sessões, o espetáculo "Rock Rural 40 anos de estrada", na Caixa Cultural Fortaleza. Os shows tem sessões hoje e amanhã (20), às 20 horas; no sábado (21), às 17h30 e domingo (22) às 19h.
Em turnê desde o ano passado, o show comemorativo toma como marco a saída de Zé Rodrix, e o lançamento do disco "Nunca", de 1974, que firmou a parceria Sá & Guarabyra. "O trio durou dois discos. Zé tinha uma proposta um pouco diferente e pegou carreira solo. A dupla seguiu junta por 18 discos, em 26 anos, até a volta do Zé em 2001", situa Sá, sobre a parceria e proximidade entre os amigos, que resultou na retomada do trio até 2009, quando Rodrix faleceu, deixando novamente em dupla apenas Sá & Guarabyra.
Rock rural
O clima de liberdade, valorização da natureza, que começou a se popularizar entre os jovens com a cultura hippie, um pouco da vivência compartilhada pelo trio da cultura interiorana, da música caipira, sertaneja, somado à influência do rock, folk e country do gênero, reagiu na explosiva mistura do rock rural.
"Quando o negócio desabrochou, já estava na cabeça da gente. O Guarabyra é de Barra, no interior da Bahia, cresceu às margens do Rio São Francisco, o Zé Rodrix é super urbano, veio do rock, do trabalho com a banda Som Imaginário (banda criada para acompanhar Milton Nascimento), trazia uma base do Milton pré-Clube da Esquina. Eu vivi muito no interior do Rio de Janeiro, no sítio da minha tia, mas nasci e cresci ouvindo a música da Rádio Nacional", ilustra Sá, lembrando das influências dos três e da formação, quase que por acaso, do trio.
"Não era para sermos trio. Só que fui morar com Guarabyra e ensaiava com Zé. Tinha dupla Sá & Rodrix. Naturalmente, o Guarabyra se juntou", recorda. Os três influenciaram e foram influenciados pelos mineiros Milton Nascimento, Fernando Brant, Flávio Venturini, Lô e Márcio Borges, que também surgiam naquele início de década, com o Clube da Esquina.
A dupla surgiu quase tão inesperadamente quanto o trio, garante Sá, que também havia se separado de Guarabyra após a saída de Zé Rodrix. "Quando nós ficamos só em dupla, era 'hippielândia', revalorização da natureza, umas coisas meio místicas. Tínhamos coisas dentro também das novas descobertas, da sexualidade. Continuamos uma atitude libertária que começou com os tropicalismo e foi tolhida pela censura", contextualiza o músico.
Repertório
Os dois foram pioneiros, "com Sobradinho", em músicas de cunho ecológico - que se multiplicaram na década de 1980. O período de ditadura militar e a perseguição da censura gerou, além de acrobacias poéticas, uma história curiosa: "Em 'Pássaros', mandamos para censura com nome Sá e Guarabyra, e foi vetada. Insistimos com autoria nossa, mas submetemos como os intérpretes sendo Tonico e Tinoco. Aí passou. Eles que nos desculpem, mas usamos para burlar a censura", lembra, rindo da situação.
No show de comemoração, os dois artistas empunham seus violões e violas passeando pelo resultado dessa união, incluindo canções marcantes na carreira, algumas mais conhecidas por seus intérpretes, como "Caçador de Mim", cantada por Milton Nascimento, que explodiu no início dos anos 1980 e "Espanhola", na mesma década, por Flávio Venturini. Também fazem parte do roteiro a própria "Pássaro", do episódio com Tonico e Tinoco, "Roque Santeiro", "Sobradinho", "Dona". O legado da dupla, 40 anos depois da estreia? "Acho que o principal foi o fato de tirar a música do nordeste daquele pingos pós-Luiz Gonzaga - o tropicalismo explorou outro lado - com xotes eletrificados, eletrificação da viola. Não só musica caipira do sudeste, mas também nordestina, fez com que pessoas voltassem a olhar para a música nordestina de outra maneira. Acreditassem mais na riqueza daquela fonte", avalia o compositor.
Mais informações:
Show "Sá e Guarabyra - Rock Rural 40 anos de estrada". Hoje e amanhã, às 20 horas; sábado, às 17h30 e 20 horas; e domingo, às 19h, na Caixa Cultural Fortaleza (Avenida Pessoa Anta, 287 - Praia de Iracema). Ingresso: R$ 20 / R$ 10 (meia). Contato: (85) 3453-2770
Fábio Marques
Repórter
Diário do Nordeste

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