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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Poesia: "Não existe maior recordação da que sinto de minha mocidade", um poema de Valdir Teles e João Furiba


Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade

Debruçado na porta da velhice
Recordando os lugares que passei
Os caminhos por onde caminhei
O período da minha meninice
Um velhinho uma vez foi quem me disse
Quando um dia tiveres minha idade
Saberás o que é sentir saudade
O desprezo pra quem é ancião
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade*

Lá ficaram meus sonhos de criança
No primeiro terreiro onde eu brinquei
Esta cena jamais esquecerei
Tenho tudo gravado na lembrança
Naufragou-se meu barco de esperança
Com excesso do peso da idade
Obrigando a sentir contra a vontade
O que mais prejudica o coração
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade**

Brincadeira de anel, pular fogueira
Casamento francês pela calçada
O calor da primeira namorada
Cabra-cega, pião, barra-bandeira
Essa fase foi muito passageira
Dura pouco demais felicidade
De um século vivi mais da metade
Com reserva de amor no coração
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade*

No silêncio da noite adormecida
Me levanto do leito meditando
Não consigo dormir, fico lembrando
O que foi de melhor na minha vida
Os afagos de mãe a mais querida
Entre os seres de toda humanidade
O veículo cargueiro da saudade
Nunca pára e nem pede revisão
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade**

Revelar o que sinto não convém
Recordar a infância não resolve
Nem o tempo querendo não devolve
O passado não volta pra ninguém
Me visita por sonho mais não vem
É somente ilusão, não é verdade
Pra ser jovem não tenho mais idade
O meu caso não tem mais solução
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade*

Vou lembrar pelo menos um por cento
Os momentos felizes que gozei
Professores com quem eu estudei
Sempre tive o melhor comportamento
Sendo longe a escola era um jumento
Um transporte de ótima qualidade
Onze anos eu tinha de idade
Quando fiz a primeira comunhão
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade**

Eu fui muito feliz na juventude
Tive acesso a tudo que queria
Futebol, vaquejada, cantoria
Piquenique, forró, banho de açude
Não faltava coragem e nem saúde
Alegria, bonança, agilidade
Hoje vivo somente da metade
De algumas migalhas de ilusão
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade*

Estou vindo de outras dimensões
O divino foi quem me ordenou
A viver neste plano que estou
Atraído por fortes ilusões
Os meus versos são minhas orações
Que recito com gestos de humildade
O que mais me enfada é a saudade
A velhice, a tristeza, a solidão
Não existe maior recordação
Da que sinto de minha mocidade**


Valdir Teles* e João Furiba**

CANTIGAS E CANTOS

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