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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 20 de abril de 2014

DISCO: Michael Sullivan > "A música me usou", diz compositor pernambucano autor de sucessos que vão de Tim Maia a Gal Costa

Michael Sullivan lançou recentemente disco com hits interpretados por nomes expressivos da música brasileira
Crédito: Bruno Peres/CB/D.A Press


O pernambucano Ivanilton de Souza Lima transformou-se em Michael Sullivan quando adotou nomes gringos e percebeu que cantar em inglês era um bom negócio. Isso foi em meados da década de 1970. "Escolhi Michael por causa do Michael Jackson", confidencia. "As pessoas começaram a descobrir que eu era brasileiro depois", diverte-se. Sullivan manteve a alcunha artística e, nos anos seguintes, tornou-se um dos mais requisitados compositores da música popular brasileira. Popular mesmo, com canções daquelas que vendiam milhões de discos, inundavam rádios e televisões e são cantadas até hoje. 

Aos 64 anos, o também cantor e produtor teve parte de sua obra revisitada no disco Mais forte que o tempo (Sony Music, 2014) por importantes nomes da cena atual. Ele relembrou o tempo em que as músicas criadas por ele e Paulo Massadas eram consumidas como água. Um dia de domingo, Me dê motivo, Deslizes, Amor perfeito e Whisky a go go estão entre elas, além da safra infantil que Xuxa, Angélica, Trem da Alegria e companhia entoaram. "O mercado absorveu meu gosto. A música me usou, não fui eu que usei a música", diz. (Gabriel de Sá)

ENTREVISTA // Michael Sullivan

Críticas
Me incomodam porque qualquer artista busca a diferença. A única língua universal é a música. Qualquer artista quer que o projeto dele seja sucesso de crítica e de público. Eu não tinha isso. Não sofria, mas ficava triste, porque as críticas foram muito pesadas. Eu sobrevivi, venci a morte. Música não pode ter preconceito. Não queria preconceito comigo, por isso não tenho preconceito. As músicas que eu fiz para a Xuxa, que era para as crianças brincarem, o tempo mostrou que não eram descartáveis.

Um dia de domingo
Fiz um jingle de fim de ano para a rádio, que foi gravado e vendeu quase 1 milhão de compactos. Eu estava sentado num banquinho no corredor da gravadora e a Gal (Costa) passou, muito bonita. Ela tinha voltado do teatro, era umas 20h, e falou: “Essa música é linda, eu queria que vocês fizessem uma música bonita igual a essa pra eu cantar com o Tim Maia no meu novo disco”. Pareceu a história de Garota de Ipanema.

Sucesso internacional
São várias as músicas minhas conhecidas pelo mundo. Tenho pelo menos umas 55 que são sempre regravadas em todos os lugares. Um dia de domingo conseguiu tocar na Irlanda, na Islândia, na Finlândia, no Afeganistão, no Uzbequistão, em Moscou, em Berlim…

Tim Maia
Tive três músicas minhas cantadas por ele. Eu conheci o Tim em 1969. Ele era tranquilo, mas só falava da música brega. Me deu um violão de presente, que tenho até hoje. Uma vez a gente discutiu, mas depois ele me disse: “Meu irmão, a gente não pode brigar, você é meu par musical”. Ele sempre foi gente boa.

Paulo Massadas. 
Fizemos umas 600 músicas. Formei uma banda com um amigo e mais cinco músicos, em que eu cantava em inglês. O Massadas veio, disse que tocava violão e faria o vocal. E a gente começou a cantar. Depois, decidimos ficar só nós dois. Nossa relação hoje é muito boa. A gente pode voltar a qualquer momento.

Vendas 
Na década de 1980, o mercado fonográfico era maravilhoso. Eu vendi 3 milhões de discos com a Xuxa, 2 milhões com o Trem da Alegria, 1 milhão com o Fagner, 1 milhão com a Joanna, 1 milhão com o Roupa Nova… Eu tava ali gerenciando e produzindo o disco deles. As gravadoras ainda não se prepararam para o novo caminho, que é o digital. A indústria deve se preparar pra isso.

Música infantil
Fiz quase 300. Era como se eu estivesse compondo para adultos — os arranjos, a melodia —, mas as letras eram inspiradas nas crianças. Naquela época, as músicas envolviam o filho, o pai e o avô. Os adultos ouviam Unidunitê e É de chocolate. Hoje, não é a música que ganha as crianças, é o projeto. Não é a música, é a Galinha Pintadinha. Tem o Patati e Patatá, eles vendem muito, mas as crianças não conhecem as músicas deles. Tinha uma época em que a música infantil era mais forte do que os palhaços e os apresentadores. A música levou a Xuxa pro mundo inteiro, com Ilariê. 

Patrimônio
Ganhei muito dinheiro e casei muito também (três vezes). Eu parei com o mercado, mas o mercado não parou comigo. Comprei muita coisa, comprei imóveis, mas perdi muito dinheiro. Recomecei do zero. Tento refazer a minha vida, a minha história todos os dias.


Diário de Pernambuco

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