SONETO DE UM DOMINGO
A mulher dorme, os filhos brincam, a chuva cai…
Esqueço de quem sou para sentir-me pai
E ouço na sala, num silêncio ermo e sem fim,
Olho o jardim úmido e agreste: isso distrai
Vê-lo, feroz, florir mesmo onde o sol não vai
A despeito do vento e da terra que é ruim.
Que me amortalha o sonho e abriga a desventura
E a mão de uma mulher fez simples, pura e amena.
Quando for minha vez, dá-me que eu vá sem pena
Levando apenas esse pouco que não dura.
A hora da Poesia - JBF
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