Uma
verdadeira pérola da cultura popular brasileira. Assim poderíamos definir esse
trabalho que resgatou um pouco da poesia e história desta figura lendária que é Zé Vicente
da Paraíba. Um grande artista nordestino, cantador de viola e contemporâneo de
outras lendas com os irmãos Batista (Lourival, Dimas e Otacílio).
Zé ganhou notoriedade nos anos 70 ao ter versos gravados por nomes como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba e Zé Ramalho. Um de seus trabalhos mais conhecidos é “Quando é grande o autor da natureza”, regravado por esses mesmos artistas no CD “O Grande Encontro II”.
Pródigo em cantar as coisas da natureza, Vicente chegou a influenciar o
cantor e compositor Zé Ramalho, que gravou dele o mote “Quanto é grande e
suprema a natureza”.
A primeira estrofe dá a dimensão do talento do poeta paraibano:
“O que prende demais minha atenção
É um touro raivoso numa arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura do leão
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa com certeza
Não se serve de unha nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando quanto é
Poderosa e suprema a natureza.”
É um touro raivoso numa arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura do leão
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa com certeza
Não se serve de unha nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando quanto é
Poderosa e suprema a natureza.”
Quem inventou a Saudade?
Ainda estou sem saber,
Se foi no sul ou no norte
Se foi o fraco ou o forte,
No amor ou no prazer
Ninguém soube me dizer,
Apenas suposição
Se é desejo ou paixão
A saudade sempre vem
Ou nunca amou ninguém,
Ou nasceu sem coração!
Se foi no sul ou no norte
Se foi o fraco ou o forte,
No amor ou no prazer
Ninguém soube me dizer,
Apenas suposição
Se é desejo ou paixão
A saudade sempre vem
Ou nunca amou ninguém,
Ou nasceu sem coração!
Consultei o dicionário,
Mexi na história antiga
Mas não encontrei quem diga
Correto vocabulário
Se é ato imaginário,
Não tive a realidade
Se é força da divindade
Eu não dou explicação
Se nasceu sem coração,
Quem inventou a saudade!
Saudade boa é a flor,
Porque é boa e enfeita
Outra saudade é suspeita,
No ziguezigue do amor
Vez magoa, vezes dor,
Tristeza, deslealdade
Ciúme, perversidade
Queixa, ódio, ingratidão
Se não tendo coração,
Quem inventou a saudade!
Já houve até quem dissesse,
Que só há no português
E querer ver outra vez
A pessoa que conhece
Se o tempo passa e esquece
Desaparece a vontade
Sendo assim não é verdade,
O desejo de rever
Eu vou parar sem saber,
Quem inventou a saudade!
30 de dezembro de 2005.
Mexi na história antiga
Mas não encontrei quem diga
Correto vocabulário
Se é ato imaginário,
Não tive a realidade
Se é força da divindade
Eu não dou explicação
Se nasceu sem coração,
Quem inventou a saudade!
Saudade boa é a flor,
Porque é boa e enfeita
Outra saudade é suspeita,
No ziguezigue do amor
Vez magoa, vezes dor,
Tristeza, deslealdade
Ciúme, perversidade
Queixa, ódio, ingratidão
Se não tendo coração,
Quem inventou a saudade!
Já houve até quem dissesse,
Que só há no português
E querer ver outra vez
A pessoa que conhece
Se o tempo passa e esquece
Desaparece a vontade
Sendo assim não é verdade,
O desejo de rever
Eu vou parar sem saber,
Quem inventou a saudade!
30 de dezembro de 2005.
Depoimento
do Poeta Zé Vicente da Paraíba, ao receber o premio de ''Contador de História
'' com a história '' MINHA VIOLA ,MINHA VIDA '' na oitava edição de talentos da
Maturidade do Banco Real em 2006 na Cidade de Curitiba-PR
Cultura Nordestina
JBF
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