Família do cantor acusa empresa que produziu os shows da turnê 'This is it' de responsabilidade por sua morte, em junho de 2009
Pressão da produtora AEG sobre o músico teria acarretado problemas de saúde, alega a acusação |
O advogado da mãe de Michael Jackson acusou a
produtora de shows AEG de colocar suas ambições acima do bem-estar do cantor,
no início do julgamento na última segunda-feira, 29, em Los Angeles.
Neste primeiro dia, a defesa anunciou que "vocês vão ver coisas
feias" sobre os hábitos do "rei do pop".
O advogado da família de Jackson, Brian Panish, disse que a produtora agiu com negligência ao contratar o médico Conrad Murray para cuidar do cantor antes e durante os shows. Murray, que está preso, foi condenado em 2011 por homicídio culposo do "rei do pop" por fornecer ao astro uma dose letal de sedativo.
O advogado da família de Jackson, Brian Panish, disse que a produtora agiu com negligência ao contratar o médico Conrad Murray para cuidar do cantor antes e durante os shows. Murray, que está preso, foi condenado em 2011 por homicídio culposo do "rei do pop" por fornecer ao astro uma dose letal de sedativo.
Citando o vício de Michael em medicamentos e drogas, Panish disse que
"a AEG ignorou os óbvios sinais de alerta e contratou o doutor
Murray". Já o advogado da defesa, Marvin Putnam, afirmou que o caso vai
expor "coisas feias" sobre o astro.
"É
um caso sobre o que é público e o que é privado; sobre o que mostramos ao mundo e
o que não queremos que o mundo veja nunca", declarou Putnam em sua
alegação de abertura. "Com Michael Jackson, o público e o privado são dois
mundos muito distintos", acrescentou. "Vamos expor coisas feias (...)
Não será uma imagem bonita", alertou.
Segundo o advogado da acusação, o interesse do Anschutz Entertainment
Group (AEG) era se tornar o maior produtor de eventos musicais do mundo, com os
shows da turnê 'This is it', que Michael faria em Londres, antes de sua morte
em 2009.
Panish
negou matérias na imprensa
americana, segundo as quais os filhos do cantor pediam indenização de 40
bilhões de dólares e disse que o valor correto é 1,5 bilhão de dólares. A
quantia corresponde à renda que deixarão de receber devido à morte de seu pai.
Randy e Rebbi Jackson, irmãos do popstar, estiveram na Corte Superior de Los Angeles para acompanhar de perto o processo |
Em relação à compensação
por danos emocionais, o advogado disse ao júri: "isso são vocês que vão
decidir". "Michael Jackson, o doutor Conrad Murray e a AEG Live: cada
um teve um papel no resultado final, que foi a morte de Michael Jackson",
afirmou. "Mas sem a AEG nada disso teria ocorrido".
Katherine Jackson, de 82 anos, entrou com a ação
em nome dos filhos do astro - Prince, de 16; Paris, de 14; e Blanket, de 11. Os
dois filhos mais velhos poderão ser convocados a testemunhar. Também podem ser
convocadas algumas estrelas ligadas a Michael, como Quincy Jones, Diana Ross e
Spike Lee, além de suas duas ex-mulheres, Lisa Marie Presley e Debbie Rowe.
Murray também pode ser
convocado, mas já disse em uma entrevista que não comparecerá em juízo para não
atrapalhar os passos do recurso apresentado por seu advogado contra sua
detenção
Michael Jackson morreu em
sua mansão em Los Angeles, em 25 de junho de 2009, aos 50 anos, vítima de uma
overdose de Propofol, ministrada por Murray. O objetivo, segundo o médico, era
ajudar o cantor a lidar com sua insônia crônica. Na época, o artista estava no
meio dos ensaios para os 50 shows que daria em Londres, todos organizados pela
AEG.
A mãe de Michael garante
que a empresa fez forte pressão em seu filho para que ele estivesse pronto para
os shows. Já a AEG Live se defende, alegando que o cantor tinha um histórico de
abuso de medicamentos muito antes de conhecer Murray.
AFP - Agência de Notícias
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