Os fãs esperam ansiosos para o show de Milton Nascimento no Recife. O trabalho faz parte do projetoClássicos da MPB. Comemorando 50 anos de carreira, a performance conta com a participação de grandes parceiros dessa belíssima história de um dos ícones da Música Popular Brasileira, como Lô Borges e Wagner Tiso. Milton Nascimento - Uma travessia é o nome do show que será apresentado aos pernambucanos, inspirado em um dos seus grandes sucessos, ainda no início de sua carreira, quando participou dos grandes festivais de música. Escute o sucesso Travessia, de 1972.
Confira
mais desse grande cantor que marcou a vida de tantos brasileiros com canções
emocionantes em uma entrevista cedida ao Diario
de Pernambuco.
Está sendo encenado um musical sobre o seu trabalho, Milton Nascimento – Nada será como antes.Como foi a experiência de ouvir suas músicas cantadas por tantas vozes novas e diferentes, praticamente de uma vez só?
Foi emocionante. Quando fui chamado para assistir a um ensaio que aconteceu antes da estreia, eles quase me mataram. Fiquei extremamente impressionado! O elenco, o enredo, a direção, tudo é demais! Alguém me disse para tomar um calmante antes, eu não acreditei e quase me dei mal (risos). Não teve uma pessoa que esteve lá com a gente neste dia que não tenha chorado. Eu deixei tudo na mão do Charles (Moeller) e do (Claudio) Botelho (produtores do musical) e eles arrebentaram. E eu já assisti umas vinte vezes, até na estreia em São Paulo eu paralisei minha agenda para poder ir.
O que achou da sua participação no carnaval do Recife deste ano? Voltaria?
É a segunda vez que eu tenho a oportunidade de me apresentar no carnaval de Recife (a primeira vez foi com Lenine), e pra mim é uma das maiores festas do mundo. Impossível pensar em algum outro evento que tenha shows de Naná Vasconcelos, Lenine, Alceu Valença, Otto, além de inúmeros artistas brasileiros na mesma semana. Esse convite que eu recebi do Naná para abrir o carnaval 2013 foi uma das coisas que mais me deixou feliz nos últimos tempos. Naná é uma das pessoas que eu mais amo, e sempre que consigo tocar com ele eu fico numa felicidade enorme. Naná é coração puro, uma gentileza que eu nunca vi igual. Agora, eu ainda quero fazer um show no carnaval de Recife com minha banda, seria um acontecimento incrível pra mim.
Você teve uma amizade muito próxima e bonita com Elis Regina. Existe algum momento entre vocês dois que você guarda com mais carinho?
Elis e eu vivemos tantas coisas juntos que seria impossível descrever uma história apenas. Todas as músicas que fiz depois que a conheci foram feitas pra ela, e é assim até hoje. Eu até escrevi um texto ano passado para a revista Lola em que eu digo que ela foi o grande amor da minha vida.
No Recife você já se apresentou no Coquetel Molotov e também houve um reconhecimento mais amplo do seu trabalho pelas novas gerações. Como você vê essas novas gerações? Quem você considera que são nomes promissores?
O que seria do mundo se não fosse a ousadia dos jovens? Eu vivo cercado de juventude, muitos dos meus amigos têm menos de trinta anos, e essa força que vem deles me alimenta para enfrentar as coisas do dia a dia. E no cenário musical eu gosto muito do Hamilton de Holanda, Gabriel Grossi, Criolo, Dani Black, Esperanza Spalding, Maria Gadú, Mano Brown, e mais uma porção de gente boa que anda por aí.
São 50 anos de carreira. Quais hábitos você cultiva para ter uma carreira tão longa?
Amigos. A amizade é a fonte de tudo.
Qual foi a importância de Wagner Tiso para o seu despertar musical? Como é, depois de tantos anos, continuar a tocar no mesmo palco?
Na verdade, meu “despertar musical” veio muito antes de conhecê-lo. Wagner e eu começamos a tocar profissionalmente na noite quando eu tinha 13 e ele 11 anos de idade, e nós já tínhamos certa bagagem. E, pra minha sorte, desde então nós nunca mais no separamos. Foram poucos os projetos na minha carreira do qual eu participei que não tenha tido ele ao meu lado. Por isso que está sendo uma alegria imensa poder contar com meu amigo nessa turnê.
Você acha que hoje existe alguma ferramenta que substitua a importância dos festiviais de canções para os artistas iniciantes de hoje?
Hoje em dia a exposição na internet tem um alcance tão gigantesco que acaba facilitando o trabalho de muita gente. Quantos artistas não ficaram conhecidos depois que usaram essa ferramenta para divulgarem seus trabalhos? Então, eu acho que hoje existem outros caminhos que podem - de certa maneira - substituir o papel que os festivais tinham no passado. Até porque, dar nota pra um determinado tipo de arte eu nunca achei que fosse uma coisa muito certa. Aquele clima de competição dos festivais não era nada agradável. Parecia que um queria matar o outro pra ganhar.
Você tem um site bastante bonito e com muitas informações sobre a sua carreira. Você costuma acessar a internet para se comunicar com os fãs?
Sempre estou de olho nas coisas que acontecem no meu site, na minha página do Facebook e nas centenas de e-mails que recebo diariamente. Hoje em dia, o artista que não estiver conectado com os fãs está perdendo espaço. O caminho é esse: ser acessível ao máximo para as pessoas que te acompanham.
Tem planos para um novo disco de inéditas?
Alguma coisa pode acontecer nesse sentido ainda este ano, mas por enquanto estou concentrado mesmo é nesta turnê 2013. Além disso, também tenho outros projetos em andamento. Chico Amaral está preparando um livro baseado em conversas que estamos tendo desde o começo do ano. Vai ser um livro de histórias, com lançamento previsto para o mês que vem. Tem também o musical Nada será como antes, que teve sua estreia em São Paulo. Tem a caixa com vinte discos da minha carreira que foram lançados pela Editora Abril e que também está me deixando extremamente feliz com a repercussão, assim como a digitalização de todo meu acervo pelo Instituto Antônio Carlos Jobim. E muitas outras coisas muito importantes devem acontecer ainda em 2013.
Está sendo encenado um musical sobre o seu trabalho, Milton Nascimento – Nada será como antes.Como foi a experiência de ouvir suas músicas cantadas por tantas vozes novas e diferentes, praticamente de uma vez só?
Foi emocionante. Quando fui chamado para assistir a um ensaio que aconteceu antes da estreia, eles quase me mataram. Fiquei extremamente impressionado! O elenco, o enredo, a direção, tudo é demais! Alguém me disse para tomar um calmante antes, eu não acreditei e quase me dei mal (risos). Não teve uma pessoa que esteve lá com a gente neste dia que não tenha chorado. Eu deixei tudo na mão do Charles (Moeller) e do (Claudio) Botelho (produtores do musical) e eles arrebentaram. E eu já assisti umas vinte vezes, até na estreia em São Paulo eu paralisei minha agenda para poder ir.
O que achou da sua participação no carnaval do Recife deste ano? Voltaria?
É a segunda vez que eu tenho a oportunidade de me apresentar no carnaval de Recife (a primeira vez foi com Lenine), e pra mim é uma das maiores festas do mundo. Impossível pensar em algum outro evento que tenha shows de Naná Vasconcelos, Lenine, Alceu Valença, Otto, além de inúmeros artistas brasileiros na mesma semana. Esse convite que eu recebi do Naná para abrir o carnaval 2013 foi uma das coisas que mais me deixou feliz nos últimos tempos. Naná é uma das pessoas que eu mais amo, e sempre que consigo tocar com ele eu fico numa felicidade enorme. Naná é coração puro, uma gentileza que eu nunca vi igual. Agora, eu ainda quero fazer um show no carnaval de Recife com minha banda, seria um acontecimento incrível pra mim.
Você teve uma amizade muito próxima e bonita com Elis Regina. Existe algum momento entre vocês dois que você guarda com mais carinho?
Elis e eu vivemos tantas coisas juntos que seria impossível descrever uma história apenas. Todas as músicas que fiz depois que a conheci foram feitas pra ela, e é assim até hoje. Eu até escrevi um texto ano passado para a revista Lola em que eu digo que ela foi o grande amor da minha vida.
No Recife você já se apresentou no Coquetel Molotov e também houve um reconhecimento mais amplo do seu trabalho pelas novas gerações. Como você vê essas novas gerações? Quem você considera que são nomes promissores?
O que seria do mundo se não fosse a ousadia dos jovens? Eu vivo cercado de juventude, muitos dos meus amigos têm menos de trinta anos, e essa força que vem deles me alimenta para enfrentar as coisas do dia a dia. E no cenário musical eu gosto muito do Hamilton de Holanda, Gabriel Grossi, Criolo, Dani Black, Esperanza Spalding, Maria Gadú, Mano Brown, e mais uma porção de gente boa que anda por aí.
São 50 anos de carreira. Quais hábitos você cultiva para ter uma carreira tão longa?
Amigos. A amizade é a fonte de tudo.
Qual foi a importância de Wagner Tiso para o seu despertar musical? Como é, depois de tantos anos, continuar a tocar no mesmo palco?
Na verdade, meu “despertar musical” veio muito antes de conhecê-lo. Wagner e eu começamos a tocar profissionalmente na noite quando eu tinha 13 e ele 11 anos de idade, e nós já tínhamos certa bagagem. E, pra minha sorte, desde então nós nunca mais no separamos. Foram poucos os projetos na minha carreira do qual eu participei que não tenha tido ele ao meu lado. Por isso que está sendo uma alegria imensa poder contar com meu amigo nessa turnê.
Você acha que hoje existe alguma ferramenta que substitua a importância dos festiviais de canções para os artistas iniciantes de hoje?
Hoje em dia a exposição na internet tem um alcance tão gigantesco que acaba facilitando o trabalho de muita gente. Quantos artistas não ficaram conhecidos depois que usaram essa ferramenta para divulgarem seus trabalhos? Então, eu acho que hoje existem outros caminhos que podem - de certa maneira - substituir o papel que os festivais tinham no passado. Até porque, dar nota pra um determinado tipo de arte eu nunca achei que fosse uma coisa muito certa. Aquele clima de competição dos festivais não era nada agradável. Parecia que um queria matar o outro pra ganhar.
Você tem um site bastante bonito e com muitas informações sobre a sua carreira. Você costuma acessar a internet para se comunicar com os fãs?
Sempre estou de olho nas coisas que acontecem no meu site, na minha página do Facebook e nas centenas de e-mails que recebo diariamente. Hoje em dia, o artista que não estiver conectado com os fãs está perdendo espaço. O caminho é esse: ser acessível ao máximo para as pessoas que te acompanham.
Tem planos para um novo disco de inéditas?
Alguma coisa pode acontecer nesse sentido ainda este ano, mas por enquanto estou concentrado mesmo é nesta turnê 2013. Além disso, também tenho outros projetos em andamento. Chico Amaral está preparando um livro baseado em conversas que estamos tendo desde o começo do ano. Vai ser um livro de histórias, com lançamento previsto para o mês que vem. Tem também o musical Nada será como antes, que teve sua estreia em São Paulo. Tem a caixa com vinte discos da minha carreira que foram lançados pela Editora Abril e que também está me deixando extremamente feliz com a repercussão, assim como a digitalização de todo meu acervo pelo Instituto Antônio Carlos Jobim. E muitas outras coisas muito importantes devem acontecer ainda em 2013.
Rafael Fernandes - Diario de Pernambuco
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