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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Poesia: "Foi com muita saudade que deixei Meu casebre de taipa abandonado", um mote glosado por Zé Viola e Valdir Teles



Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado

Do casebre em que eu fui nascido
Fechei todas as portas sem chorar
Eu sair com vontade de ficar
Não fiquei mais estou arrependido
Pra sofrer o que eu tenho sofrido
Pra passar o que eu tenho passado
Era muito melhor eu ter ficado
Mas Deus sabe porque eu não fiquei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado*

Se eu tivesse parado pra pensar
Não teria deixado o meu viveiro
Meu cachorro latindo no terreiro
Como quem me pedia pra ficar
Inda sinto vontade de chorar
Quando volto à lembrança do passado
Se o destino me obriga a ter ficado
Eu não tinha passado o que passei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado**

Eu falei até mais querido lar
Empurrado pelas as dificuldades
Arrastado pelas as necessidades
E com medo das secas do lugar
Prometi a mim mesmo regressar
Ao casebre de taipa tão amado
Esse meu compromisso foi quebrado
Sinto raiva por causa que quebrei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado*

Quando mãe me entregou um matulão
Eu senti minha alma dividida
No meu peito se abriu uma ferida
E a saudade invadiu meu coração
Ela triste chorando no portão
Me dizendo não vá meu filho amado
Eu dizendo só vou por ser forçado
Quando Deus ajudar eu voltarei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado**

Meu casebre está na minha tela
Pra que eu possa rever diariamente
Os meus rastros na terra do batente
E o meu nome nas tabas da janela
Bem pertinho de casa uma capela
A capela que eu fui batizado
Confessei-me depois e fui crismado
Na capela que eu me batizei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado*

Meus brinquedos do tempo de criança
Meu cavalo de pau, a baladeira
O pião de miolo de aroeira
Que eu brincava na minha vizinhança
Coloquei no disquete na lembrança
Como quem tá aguardando um feriado
Vale o Oscar do filme do passado
Mas por falta de sorte eu não ganhei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado**

Foram lá os meus passos de inocente
Nos primeiros degraus da minha vida
Com os meus manos, papai e mãe querida
E esse rancho que eu falo minha gente
Foi papai que me deu esse presente
Que o pai de papai tinha lhe dado
Meu presente melhor virou passado
E eu por pouco a cabeça não pirei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado*

Meu cavalo de campo entristeceu
Quando viu eu dizer que ia embora
Meu cachorro de caça nesta hora
Teve tanto desgosto que morreu
Nesta hora meu pai apareceu
Numa onda de prantos sufocado
Comparando o presente com passado
Foi a hora pior que eu já passei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado**

O destino me deu este empurrão
Do batente de pau cheirando a terra
E eu sai do meu velho pé de serra
Quando o sol sapecou a plantação
Sem a chuva molhar o nosso chão
E ninguém pode plantar sem chão molhado
Mas por isso o meu chão não é culpado
E é por isso que eu nunca lhe culpei
Foi com muita saudade que deixei
Meu casebre de taipa abandonado.*

Zé Viola* e Valdir Teles**

CANTIGAS E CANTOS

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